Revelado esquema das Revoluções Coloridas promovidas pela CIA
Mais: Ataques com Drones contra o Kremlin / López Obrador denuncia financiamento dos EUA à ONGs / China investe para fugir da dependência ocidental, e outras notas.
Publicado 04/05/2023 11:15 | Editado 04/05/2023 17:54
O jornal Global Times publicou, nesta quinta-feira (4), matéria de Yuan Hong com trechos de um relatório relevando como a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA), em conjunto com outras agências do Departamento de Estado, planejou, ao redor do mundo, espionagem e promoção de “revoluções pacíficas” e “revoluções coloridas”. O estudo foi feito pelo Centro Nacional de Resposta a Emergências de Vírus de Computador da China e pela empresa chinesa de segurança na Internet, “360”. Em sua primeira parte, o relatório fornece informações básicas e descreve que, desde o início do século 21, o rápido desenvolvimento da Internet ofereceu “novas oportunidades” para as atividades de infiltração da CIA e a derrubada, em outros países, de quaisquer instituições ou indivíduos que de alguma forma fossem considerados alvos pela inteligência estadunidense. O relatório mostra que a CIA derrubou ou tentou derrubar pelo menos 50 governos legítimos no exterior. Seja a “revolução colorida” na Ucrânia em 2014, a “revolução do girassol” em Taiwan (China) ou a “revolução açafrão” em Mianmar em 2007, a “revolução verde” no Irã em 2009 e outras tentativas de “revoluções coloridas”.
Revoluções coloridas: Os métodos da CIA
A posição de liderança dos EUA em tecnologias de telecomunicações forneceu possibilidades sem precedentes para os departamentos de inteligência dos EUA lançarem “revoluções coloridas” no exterior. O relatório já mencionado divulgou cinco métodos comumente usados pela CIA. 1º – fornecer serviços de comunicação de rede criptografados para ajudar os “manifestantes” a manter contato. Uma empresa americana, que supostamente presta serviços a indústria bélica nos EUA, desenvolveu a tecnologia TOR (Tecnologia Onion Router) que pode acessar a Internet e não pode ser rastreada; 2º – fornecer serviços de comunicação off-line. Por exemplo, para garantir que o pessoal antigoverno na Tunísia, Egito e outros países possam manter contato com o mundo exterior mesmo sem acesso direto à rede; 3º – fornecer ferramentas de comando no local para organizar comícios e desfiles com base na internet e comunicações sem fio. A US RAND Corporation passou vários anos desenvolvendo uma tecnologia não tradicional de mudança de regime chamada “swarming”, que é usada para ajudar um grande número de pessoas conectadas pela Internet a se juntar a um movimento de protesto móvel, melhorando muito a eficiência do comando no local do evento.
Continuação: Outros dois métodos e mais algumas ferramentas
4º Método – fornecer aos agentes locais (agentes, no caso, que tenham ou não consciência de que estão agindo como agentes) software desenvolvido nos Estados Unidos, chamado “Riot”. O software suporta rede de banda larga 100% independente, fornece rede WiFi variável, não depende de nenhum método de acesso físico tradicional, não precisa de telefone, cabo ou conexão via satélite e pode facilmente escapar de qualquer forma de monitoramento. O texto de Yuan Hong informa que o software foi imediatamente fornecido gratuitamente a elementos antigovernamentais no Irã, Tunísia, Egito e outros países e regiões; 5º fornecer um sistema de informação “invisível” ou “anticensura”, capaz de espalhar notícias ou informações sem que a fonte seja identificada. O Departamento de Estado dos EUA o desenvolveu e considera a pesquisa e desenvolvimento do sistema uma tarefa importante, tendo injetado mais de US$ 30 milhões no projeto. Além disso, o relatório detectou: A) programas ou plug-ins de cavalos de Tróia relacionados à CIA em ataques cibernéticos recentes direcionados à China; B) outros nove métodos usados pela CIA como “armas” para ataques cibernéticos, incluindo entrega de módulo de ataque, controle remoto de dispositivos alheios, coleta e roubo de informações, ferramentas de código aberto de terceiros; C) uma ferramenta de roubo de informações usada pela CIA, que também é uma das 48 armas cibernéticas avançadas expostas em um documento confidencial da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA). A descoberta dessas ferramentas de roubo de informações mostra que a CIA e a NSA atacarão conjuntamente a mesma vítima, ou compartilharão armas de ataque cibernético entre si, aponta o relatório.
Ataques com Drones contra o Kremlin
Nesta quarta-feira (3), Moscou informou que o Kremlin sofreu o ataque de dois drones que teriam como alvo o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin. Imagens mostram a interceptação dos aparelhos que não chegaram a causar danos materiais ou humanos. A mídia brasileira, reproduzindo o mesmo tom das mídias atlantistas (que surpresa!) aventa a possibilidade de ser uma operação de “falsa bandeira”. Uma operação de “falsa bandeira” significa que um país ou organização forjou um ataque para atribuí-lo ao inimigo, legitimando então uma resposta. Operações de falsas bandeiras são comuns em conflitos e guerras, o estranho é que esta hipótese nunca é aventada pela mídia hegemônica quando a fonte da informação está em Washington ou Londres, por exemplo. A Ucrânia negou a autoria do suposto atentado, mas a agência Sputnik News, reproduziu comunicado desta quinta-feira (4) do Ministério das Relações Exteriores russo afirmando que “não há dúvida de que por trás desses atos está o regime de Kiev” e prometendo uma “punição severa e inevitável”, que irá acontecer, segundo o embaixador russo nos EUA, Anatoly Antonov, “quando o Kremlin achar necessário”.
Presidente do México denuncia financiamento dos EUA à ONGs
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador (chamado comumente de Amlo), informou nesta terça-feira (2) que fará um “protesto diplomático” contra os Estados Unidos pelo financiamento, que segundo Amlo vem aumentando, a organizações não governamentais (ONGs) opositoras. “Como o governo dos Estados Unidos vai dar dinheiro a uma organização que se opõe abertamente a um governo legal e legítimo?“, questionou o presidente em sua entrevista coletiva no Palácio Nacional. “Isso é uma violação da nossa soberania, isso é intervencionismo“, disse López Obrador, criticando que o governo de Joe Biden também buscaria aumentar o financiamento da Article 19, organização que supostamente promove a liberdade de expressão, mas que age como braço de propaganda do Departamento de Estado dos EUA. Estudos apontam que apenas em 2023 os EUA enviarão à ONGs e movimentos opositores mexicanos 60 milhões de dólares.
China investe para não ficar dependente da tecnologia ocidental
À medida que os EUA e a Holanda impõem novas restrições às exportações de semicondutores e equipamentos para fabricá-los, as empresas chinesas sobem na classificação dos maiores investidores do mundo em pesquisa e desenvolvimento. Isso pode significar que em breve eles não precisarão da tecnologia do Ocidente, indicou o jornal The Japan Times. Segundo o artigo, as empresas chinesas gastam tanto em pesquisa e desenvolvimento quanto as americanas, europeias e japonesas e embora este recente aumento nos gastos com pesquisa e desenvolvimento não tenha sido acompanhado pelo crescimento dos negócios, isso sugere que gastos maiores podem no futuro dar a Pequim uma maior autonomia tecnológica.
Crise bancária nos EUA – Novos sinais de alerta
Os bancos regionais norte-americanos registaram nesta terça-feira novas baixas no valor das suas ações, depois de terem caído drasticamente devido às consequências da pressão que o setor vive graças à quebra do First Republic Bank. Assim, as ações do banco PacWest, com sede na Califórnia, despencaram mais de 24%, naquela que parece ser a quarta sessão negativa consecutiva. Segundo dados da Nasdaq, a cotação das ações da PacWest passou de US$ 9,07, no fechamento da sessão do dia anterior, para US$ 5,26, próximo ao mínimo do ano. Esta empresa regional não foi a única a sofrer pesadas perdas na terça: as ações da Western Alliance caíram 16% e as do SPDR S&P Regional Banking ETF (KRE) 6,9%. Estas fortes quedas aprofundaram as perdas do setor bancário registadas na segunda-feira (1º), quando a US Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) aprovou a venda dos ativos do First Republic Bank ao banco JPMorgan Chase, depois de as suas ações terem caído para um mínimo histórico semana passada. O colapso do First Republic Bank é a terceira falência de um grande banco regional até agora este ano, seguindo o Silicon Valley Bank e o Signature Bank em março. Informações da RT.