Roteiristas de Hollywood fazem greve a partir desta terça

Depois de seis semanas de negociação, cerca de 11 mil roteiristas de televisão e cinema de Hollywood entraram em greve, nesta terça (2). O Sindicato dos Roteiristas da América (WGA, em inglês), exigem aumento salarial, melhores condições de trabalho e a revisão e a revisão no cálculo dos “residuals”.

A greve teve início a partir da meia noite de hoje, quando se encerrou o contrato da WGA com as produtoras Netflix, Amazon, Apple, Disney, Discovery-Warner, NBC Universal, Paramount e Sony, representadas pela Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP).

“O comportamento das empresas criou uma economia de bicos dentro de uma força de trabalho sindicalizada, e sua postura inflexível nesta negociação demonstrou o compromisso de desvalorizar ainda mais a profissão de escritor”, denunciou a WGA em nota.

A última greve da categoria, em 2008, durou 100 dias e gerou um prejuízo de US$2 bilhões de dólares à economia da California, onde se encontra a famosa indústria cinematográfica americana.

Segundo a categoria, as propostas do sindicato renderiam aos escritores um acréscimo de US$ 429 milhões por ano, mas a AMPTP fez uma contraproposta de US$ 86 milhões. O sindicato alega que os lucros da indústria aumentaram de US$5 bilhões em 2000 para US$30 bilhões, de 2017 a 2021.

Já o serviço de streaming cresceu de US$ 5 bilhões em 2019 para US$ 19 bilhões em 2023 – a maior parte da Netflix, que registrou US$ 6 bilhões em lucros operacionais em 2021 e US$ 5,6 bilhões em 2022.

Os Estados Unidos passam pela maior crise inflacionária, desde 1981. Apesar dos últimos dados darem conta da desaceleração dos preços, em junho de 2022, a inflação alcançou 9,1%.

Segundo especialistas do setor, o impacto maior se dará nos programas de TV e nas séries de longa duração, como “Grey’s Anatomy”.