Ministras, prefeitas e deputadas debatem papel das mulheres na política

Luciana Santos ministra do MCTI, defendeu a implementação de políticas públicas para combater a desigualdade de gênero na ciência.

Ministras participam de reunião das prefeitas da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) - Brasília, 28/3 | Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil

Oito ministras de Estado, 21 prefeitas e parlamentares integrantes da Bancada da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) no Congresso Nacional, reuniram-se na tarde desta terça-feira (28), em Brasília, para falar sobre a participação das mulheres em espaços políticos de poder e de decisão. O encontro “Mulheres na Política” foi organizado pela FNP e pelo Instituto Alziras.

Durante o evento intitulado “Mulheres na política”, as parlamentares defenderam políticas de superação da pobreza e de enfrentamento a todas as formas de violência de gênero nas cidades brasileiras.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (PCdoB), também ex-dirigente da FNP enquanto prefeita de Olinda/PE, defendeu a implementação de políticas públicas para combater a desigualdade de gênero na ciência. Na ocasião, a ministra destacou que o MCTI está empenhado em promover o acesso, a permanência e a ascensão das mulheres nas carreiras científicas e tecnológicas. “Nosso lema é ‘Pesquise como uma mulher’. Somos 60% da iniciação científica, mas não conseguimos permanecer na carreira ou ocupar espaços de liderança”, afirmou.

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Diante desse cenário, a ministra Luciana Santos lembrou que o MCTI prepara edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no valor de R$ 100 milhões para apoiar projetos que estimulem o ingresso e a formação de meninas e mulheres nas Ciências Exatas, Engenharias e na Computação.

Ela comentou ainda a recriação da Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, que promove programas voltados à popularização da ciência – uma agenda que pretende trabalhar com os municípios.

Combate à misoginia

No evento, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, reiterou os esforços do governo federal para combater a misoginia. “Não é possível um país, do tamanho do Brasil, com as mulheres que temos, sofrer tanta misoginia, esse ódio que nos cala”, afirmou. “Vou começar a rodar o Brasil na luta contra a misoginia a partir de abril. Precisamos criar uma marcha para dizer que ninguém vai nos tornar invisíveis, nos calar ou matar.  Queremos estar em todos os lugares e ficar nesses lugares.”

Gonçalves ainda destacou as ações lançadas pelo governo federal no Dia Internacional da Mulher, no Palácio do Planalto, como a igualdade salarial. “O governo federal precisa da adesão das prefeituras para diretamente garantir os direitos das mulheres. Venham a Brasília para a gente negociar”, estimulou a ministra.

Maioria da população

“Somos a maior parte da população, mas estamos completamente ‘menorizadas’”, disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, lembrando que as mulheres são mais gregárias, com tecnologia social que tem mais facilidade para compartilhar a autoria do que fazem. “É preciso compartilhar a autoria. Na lógica patriarcal, tudo converge para eles”, afirmou.

“Não queremos mais ser pioneiras. Nós queremos ser corriqueiras na empresa, corriqueira no governo, corriqueira em todo canto. Tem que ser corriqueiro ver mulheres nos espaços”, afirmou.

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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou o fato de mulheres negras serem apenas 4% das prefeitas do país e pediu adesão delas à reformulação e restruturação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) para melhorar as condições de vida da população negra. Anielle convocou as mulheres para combater a violência de gênero na política e lutar pela paridade de gênero e racial. “Que tenhamos cada vez mais mulheres prefeitas, vice-prefeitas, governadoras, ministras. E, por que não pensarmos, mais uma vez, em uma presidente, uma-vice-presidente? Para isso, a gente precisa se fortalecer, e se fortalecer significa cuidar uma da outra.”

Também estiveram no encontro as ministras Nísia Trindade (Sáude), Margareth Menezes (Cultura), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos); as deputadas Lídice da Mata (PSB/BA), ex-presidente da FNP, Valeska Gregório (União/AC) e Meire Serafim (União/AC) além de 21 prefeitas.

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com informações de agências

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