Queimadas na Terra Indígena Yanomami caem 62% no primeiro bimestre

Dados são do Monitor do Fogo comparam a área queimada em janeiro e fevereiro de 2023 com os dois primeiros meses de 2022

Bombeiros tentam controlar incêndio em área de Cerrado na capital federal (Valter Campanato/Agência Brasil)

A área queimada no território indígena Yanomami apresentou uma queda de 62% no acumulado de janeiro e fevereiro deste ano, em comparação com o primeiro bimestre do ano passado. Os dados são do Monitor do Fogo, que contabiliza os efeitos das queimadas sobre o território nacional a partir de imagens via satélite, e foram divulgados nesta quarta-feira (15) pelo MapBiomas, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

O levantamento mostra que nos dois primeiros meses de 2022, o total de focos de incêndio detectados na reserva foi 557 hectares. Já no primeiro bimestre deste ano, as queimadas atingiram 211 hectares do território.

Para a diretora de Ciência do Ipam e coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, a redução da área queimada está ligada à operação de retomada da presença do Estado no território, após a repercussão internacional da crise humanitária vivida pelos yanomami.

“Apesar de Roraima ter sido o [estado] que mais queimou na Amazônia no período deste ano, houve uma redução que foi ainda maior na Terra Indígena Yanomami. É possível avaliar essa mudança como uma consequência do reaparecimento do Estado na região e de uma governança que foi reinaugurada para o cumprimento da lei”, aponta a especialista.

Os dados divulgados também mostram que a Amazônia foi o bioma mais atingido pelo fogo no Brasil nos dois primeiros meses do ano onde os estados de Roraima, Mato Grosso e Pará lideram a extensão de áreas atingidas.

Em Roraima, foram 259 mil hectares em 2023, que representam 48% de toda a área queimada no país. Apesar disso, o estado que abriga a maior terra indígena teve menos fogo esse ano do que nos dois primeiros meses do ano passado, quando foram queimados 470 mil hectares.

No total, a área queimada em todo o bioma Amazônia, no primeiro bimestre de 2023, equivale a quatro vezes a área de Belém, capital do Pará, e representa 90% de todos os focos de fogo registrados no país. O Brasil teve 536 mil hectares queimados nos dois meses, uma área 28% menor do que a registrada no mesmo período em 2022.

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com informações da Agência Brasil

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