Viúva indica continuidade do trabalho de Bruno Pereira

Beatriz Matos ocupa cargo de direção no Ministério dos Povos Indígenas; ela e a viúva de Dom Phillips estiveram com a ministra Sonia Guajajara no Vale do Javari em encontro da Univaja.

Beatriz Matos e Alessandra Sampaio. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A antropóloga Beatriz Matos, viúva do indigenista Bruno Pereira, esteve na segunda-feira (27) em reunião promovida pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), em Atalaia do Norte (AM).

Matos assumiu em 14 de fevereiro o cargo de diretora de Proteção Territorial e de Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato, no Ministério dos Povos Indígenas. Ao participar do encontro na região onde o seu marido foi assassinado junto ao jornalista britânico Dom Phillips, a antropóloga afirmou que estar à frente do cargo é “dar continuidade ao trabalho de Bruno” e de seus companheiros de jornada.

O encontro reuniu líderes indígenas, a esposa do jornalista Dom Phillips, Alessandra Sampaio, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho.

Na ocasião os indígenas entregaram uma carta às autoridades com o pedido de aumento da fiscalização no território indígena para maior proteção, assim como indicações para o fortalecimento da Funai e para aumento da assistência médica, entre outras demandas.

Aos indígenas participantes do ato, Matos disse: “Quero dizer que estou aberta e estou muito honrada com esse cargo. Estou lá e estou levando o Javari comigo. Esse ministério, esse departamento vai ter sempre os ouvidos sempre aberto para vocês. Esse lugar é muito importante para mim, para minha família e o Brasil todo”.

Para a Agência Brasil, o coordenador da Univaja, Paulo Marubo, afirmou que, embora confie na seriedade de Beatriz, teme que a burocracia imponha um grau de lentidão às atividades que ela exercerá. “Criamos expectativa com pessoas que nós conhecemos e que fizeram parte da luta do movimento indígena. Mas, quando entram no governo, não depende só dela, depende do superior dela”, declarou.

A presença da comitiva do governo Lula demonstra a volta do Estado na proteção dos indígenas e do compromisso de retomada das ações que foram abandonadas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

*Informações Agência Brasil

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