Garantia de espaços para mulheres na ciência é prioridade, diz ministra

Através do programa Futuras Cientistas, que estimula a participação de alunas e professoras da rede pública de ensino na ciência e tecnologia, ministra do MCTI ressalta importância do programa.

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O terceiro mandato do presidente Lula, através do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) tem reafirmado seu compromisso prioritário com a garantia de espaços para meninas e mulheres nas carreiras científicas e tecnológicas.

A aposta do MCTI é no programa Futuras Cientistas, que busca estimular a participação de alunas e professoras da rede pública de ensino nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática e contribuir para a igualdade de gênero.

Em 2023, o programa Futuras Cientistas chegou à primeira edição nacional, contemplando 470 estudantes do Ensino Médio e professoras de escolas públicas em unidades de pesquisa do MCTI.
A ministra da pasta, Luciana Santos, participou, de forma remota, nesta terça-feira (31), do encerramento da Imersão Científica da 9ª edição do Futuras Cientistas. Para ela, “o programa Futuras Cientistas desconstrói os estereótipos que, infelizmente, ainda definem a nossa sociedade”.

Para a ministra, a implementação de políticas públicas que promovam a igualdade de gênero em todos os ambientes é fundamental. “Isso significa que o programa tem ajudado a despertar interesses e talentos que estavam adormecidos, democratizando o acesso ao conhecimento”, enfatizou a ministra.

O programa foi criado em 2012, uma promoção do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), entidade vinculada ao MCTI. Ao longo de 10 anos, 70% das participantes do programa foram aprovadas no vestibular. Deste total, 80% escolheram cursos nas áreas de Ciência e Tecnologia.

Ministra Luciana Santos. Foto: Wesley Sousa

A idealizadora do Futuras Cientistas, Giovanna Machado, destacou, no evento, o papel transformador do programa. “Nos enche de orgulho ver essas meninas desbravando a ciência. Hoje saem não apenas com conhecimento, mas também com conhecimento em como mudar a realidade ao redor”.

Equidade de gênero e raça

As mulheres representam a maioria (52%) dos estudantes em todos os níveis de educação superior, como graduação, mestrado e doutorado. Entretanto, representam, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), apenas 28,8% dos cientistas do mundo.

Apesar de o número de mulheres pesquisadoras ter crescido mundialmente, a desigualdades de gênero persiste e se acentua em posições deliberativas da política científica e tecnológica. No Brasil, esse quadro não é diferente.

As mulheres são minoria entre os bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e existe ainda uma desigualdade de gênero por área de conhecimento na ciência brasileira. “Concentram-se em determinadas áreas de conhecimento; predominam nos níveis iniciais da carreira e são sub representadas em posições deliberativas da política científica e tecnológica”, apontam dados disponibilizados pelo conselho.

Além das dificuldades enfrentadas pelas mulheres na área científica, a desigualdade racial também é mais um obstáculo enfrentado por elas na ciência. Estima-se que apenas 10,4% das mulheres negras têm acesso ao ensino superior e menos de 3% tem estudos realizados à atividade de ensino e pesquisa nas instituições acadêmicas.

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Há um longo caminho para as futuras cientistas no país que requer políticas públicas e ações que incentivem e apoiem o estudo, a pesquisa e a carreira das mulheres na área. Neste sentido, é preciso ampliar o debate acerca da participação das mulheres na produção de conhecimento do país. Só assim, é possível enfrentar a redução da desigualdade de gênero e de raça existente no Brasil.

Para a ministra de Ciência e Tecnologia, é preciso promover a inclusão social na área de pesquisa e desenvolvimento. “Afinal, ciência e tecnologia são de todos e para todos”, completou Luciana Santos.

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