Bolsonaro aporta 94% menos recursos para combate à violência contra a mulher
Entre 2016 e 2019, orçamento para a área foi de R$ 366 milhões. No governo Bolsonaro, foram apenas R$ 23 milhões.
Publicado 29/09/2022 16:28 | Editado 30/09/2022 12:47
Mais uma vez, a realidade desmente a retórica de Jair Bolsonaro (PL) de que seu governo se preocupa com as mulheres. Sob o seu comando, foram propostos 94% menos recursos do Orçamento federal para políticas de combate à violência contra a mulher na comparação com o anos imediatamente anteriores. Os dados são do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).
Entre 2016 e 2019, o Orçamento previu valores na ordem de R$ 366 milhões. Já entre 2020 e 2023 — período que engloba todos os projetos enviados ao Congresso pelo governo Bolsonaro — os recursos caíram para quase R$ 23 milhões para as políticas específicas contra a violência à mulher, cujos recursos são carimbados.
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Na avaliação do instituto, a proposta de orçamento para 2023 embute “expressivos cortes nas políticas sociais em detrimento da garantia de direitos e dos investimentos necessários para nos tirar da atual crise econômica e social”. O Inesc salienta ainda que o orçamento reflete o “desmonte generalizado das políticas sociais” no atual governo.
Em outro relatório divulgado em março, o Inesc apontou que no caso da execução de 2021, a Casa da Mulher Brasileira, por exemplo, permaneceu negligenciada pela então ministra Damares Alves: dos R$ 21,8 milhões autorizados para execução, apenas R$ 1 milhão foi gasto, “acompanhando a lamentável série histórica de execução deste recurso, já que em 2019 nada foi executado e, em 2020, penas R$ 308 mil dos R$ 71,7 milhões disponíveis”.
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