Ministério impõe sigilo sobre mensagem que pode incriminar Bolsonaro
“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo [Bolsonaro]. Fiz questão de devolver intacto”, disse o ex-presidente da estatal
Publicado 20/09/2022 16:38 | Editado 20/09/2022 16:57
A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) vai recorrer da decisão do Ministério das Minas e Energia que impôs sigilo ao conteúdo das mensagens do celular do ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco. Em um grupo de WhatsApp, ele afirmou que manteve conversas com Bolsonaro que poderiam incriminar o presidente.
“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo [Bolsonaro]. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, disse o ex-presidente da estatal.
Após a parlamentar questionar a pasta sobre o assunto, ela recebeu como resposta que o conteúdo das mensagens estava sob sigilo. Questionada pelo Portal Vermelho, a assessoria de Bonavides respondeu que está sendo avaliada a melhor maneira de recorrer da decisão.
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“Apresentamos o requerimento com uma série de perguntas para saber, por exemplo, o teor das mensagens e o que foi feito com o celular corporativo devolvido à Petrobras. Se houve cometimento de crime por parte do presidente da República, conforme afirmado por Castello Branco, o Brasil precisa saber e Bolsonaro responderá por mais esse”, afirmou a parlamentar.
Além da petista, o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) também acionou a pasta e recebeu a mesma informação. Ele indagou se a Petrobras havia instaurado alguma auditoria, investigação ou procedimento de análise do teor das mensagens. Pedia ainda a cópia integral dos processos, bem como os arquivos preservados no aparelho, caso não houvesse qualquer iniciativa em vigor.
Ao jornal O Globo, o ex-presidente da Petrobras deu a seguinte informação: “Por determinação do Supremo Tribunal Federal prestei depoimento na PGR. Não houve nada mais do que tentativas de interferência nos preços de combustíveis e pedidos de nomeação de diretores por parte do presidente. Não obedeci a nenhum pedido. Tanto é que fui demitido. Levei esses assuntos imediatamente ao conhecimento de meus superiores. Não houve nada além disso. A palavra ‘incriminar’ foi usada em meio à uma discussão privada, num momento de irritação com meu interlocutor”.