Sonhos não envelhecem
Defendemos uma educação que contribua com a construção de novas relações, que forme cidadãos preparados para construir uma nova sociedade
Publicado 08/07/2022 12:47
“Sonha e serás livre de espírito, luta e serás livre na vida”
Che Guevara
Somos daqueles que que tem sonhos, mas não temos ingenuidade. O que nos guia é o materialismo histórico-dialético. Sonhamos uma sociedade na qual não exista a exploração de uma classe sobre a outra. As classes devem ser entendidas como algo historicamente produzido – não existiram e não existirão para sempre. Sonhamos uma sociedade na qual a emancipação não seja somente a emancipação política individual, mas a plena, do conjunto de seres humanos que não sobreponha uma classe sobre outra.
Defendemos uma educação que contribua com a construção de novas relações, que forme cidadãos preparados para construir uma nova sociedade. Defendemos uma educação moderna. Sim, moderna! Que supere o projeto atual que tem suas raízes em ideias conservadores da burguesia. Advogamos um projeto de educação que tenha bases históricas no marxismo, que compreenda que só é possível a construção da humanidade do ser com a superação do capital. Portanto, a educação que defendemos assume-se como projeto anticapitalista, uma educação que leve a superação das relações sociais desumanizadoras, que nos guie ao socialismo.
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No entanto, há setores, mesmo da esquerda, que carecem de tal compreensão e absorvem o discurso pós-moderno, que inclui o debate sobre a educação no campo dos direitos individuais, que recusam os projetos históricos disponíveis para combater o capital, apresentando um claro distanciamento do caráter de transformação da sociedade, adotando uma visão idealista, afirmando que é pela educação que uma sociedade assegura coesão e equidade social. Ora, não sejamos ingênuos, estamos diante de uma grande inflexão e isso ocorre, principalmente, pela adesão aos modismos neoliberais presentes no âmbito de diversos movimentos sociais. Tenta-se justificar e validar questões ideológicas e econômicas manipulando discursos. Em nome da “liberdade”, da “individualidade” e “identidade” atacam o Partido Comunista e os comunistas, acusando-nos de “velhos com discursos ultrapassados”.
Por fim, é criado um conjunto de narrativas e um ambiente sedutor, instrumento típico da pós-modernidade, que se vale da análise de discursos, negando o conhecimento e colocando o identitarismo acima da constituição histórica do homem. Esse discurso visa esconder as contradições existentes dentro do projeto neoliberal de sociedade e educação atualmente vigente, transferindo a questão para o âmbito privado e ao fetichismo da individualidade.