Elon Musk quer abocanhar o gigantesco mercado que é o Brasil, diz deputada Perpétua Almeida

Perpétua Almeida condena postura brasileira diante do bilionário. Para ela, Bolsonaro deveria investir no desenvolvimento das atividades espaciais de interesse nacional

Deputada Perpétua Almeida (Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara)

O empresário sul-africano Elon Musk se encontrou nesta sexta-feira (20) com o presidente Jair Bolsonaro, políticos e empresários brasileiros. Até o momento, foi anunciada parceria com a Starlink, empresa que faz parte da SpaceX (companhia espacial) e oferece internet banda larga via satélite. Essa estrutura, segundo Elon Musk, será usada para monitorar a floresta amazônica e oferecer internet para 19 mil escolas em áreas rurais.

Em comunicado de imprensa, o Ministério das Comunicações confirmou a informação, dizendo que será usada “tecnologia avançada para a preservação da floresta amazônica, com monitoramento de desmatamentos e incêndios ilegais”. Ainda não há detalhes sobre o funcionamento ou valores do acordo.

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Para a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), Bolsonaro pretende “abrir os céus do país para Musk criar raízes”.
“Parcerias, especialmente tecnológicas, são bem-vindas, desde que sejam uma via de mão dupla, com transferência de tecnologia e reforçando nossos programas já existentes. Naturalmente, o objetivo de Musk é comercial. Quer abocanhar esse gigantesco mercado que é o Brasil, com grande déficit de regulação e, óbvio, às custas de subsídios com dinheiro público. A Amazônia, e nós, os amazônidas, sempre somos a justificativa. Somos a “vitrine”, a cobiça”, afirmou.

Para ela, o governo federal deveria utilizar os recursos que serão destinados ao acordo ao Programa Espacial Brasileiro (PEB). “Fico curiosa para saber a opinião do Ministério da Defesa e da Força Aérea Brasileira, em especial, cujo PEB está à mingua. Pergunto: por que os recursos para bancar este acordo com Musk não são direcionados para o nosso PEB? Inclusive com parceria, porém, sem entreguismo?”, questionou.

A parlamentar reforçou que o país tem urgência em constituir sua própria “constelação de satélites”, com objetivo e domínio soberano do espaço, em esferas estratégicas e sensíveis para o desenvolvimento da nação. “Portanto, considero um grande erro abrir o mercado a Musk e manter à míngua o nosso PEB. A Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais traça os objetivos e diretrizes que devem nortear as ações do governo brasileiro voltadas à promoção do desenvolvimento das atividades espaciais de interesse nacional. Pergunto: ela está sendo revisitada, considerada?”, ponderou.

Fonte: Liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados
 

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