Entregadores e motoristas do iFood, Rappi, Uber e 99 param nesta sexta (1º)
Trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho e renda. Pauta tem desde itens básicos como acesso a banheiro e água potável até aumento das taxas pagas pelos apps.
Publicado 01/04/2022 15:24 | Editado 01/04/2022 15:25
Entregadores e motoristas que prestam serviços para o iFood, Rappi, Uber e 99 em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Rondônia realizam nesta sexta-feira (1º) mais uma manifestação por melhores condições de trabalho e renda.
Eles reivindicam aumento no valor dos repasses que as empresas fazem por entrega ou corrida e coisas básicas, mas que garantem a dignidade do trabalhador e da trabalhadora como acesso a banheiros, água potável, local para carregar celular e um ambiente para descansar, entre outros itens.
Se a adesão aos protestos for boa, os trabalhadores podem estender a paralisação para sábado (2) e domingo (3).
Em São Paulo, os entregadores prometeram fazer um protesto na sede do iFood, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. A empresa é o alvo maior dos trabalhadores porque é a que promete, e faz propaganda disso, melhorar as condições de trabalho e não cumpre.
Em entrevista ao UOL, o motoboy que trabalha como avulso porque foi descredenciado Paulo Lima, o Galo, explicou que o iFood descumpriu um plano de ações que prometeu aos entregadores no 1º Fórum de Entregadores do Brasil, realizado em dezembro. Entre as promessas, a empresa havia garantido um aumento anual dos repasses e rapidez no processo em que um entregador deixa de trabalhar cumprindo horário e passa para o modelo em que ele tem mais autonomia para entrar e sair.
Por causa das falsas promessas, um dos motes da mobilização chamada de “apagão dos Apps” é “Dia da Mentira”, e começa neste 1º de Abril, data celebrada em alguns países europeus e ocidentais, onde pessoas espalham boatos.
“Queremos causar um impacto nas plataformas de entregas para que elas vejam que dependem dos trabalhadores para funcionarem. Precisa ser uma parceria de mão dupla e não da forma que funciona hoje, de maneira unilateral”, disse ao BdF o vice-presidente da Associação dos Motofretistas Autônomos e Entregadores de Aplicativo do Distrito Federal e Entorno (AMAEDF), Abel Santos.
Segundo ele, a expectativa da categoria com essa paralisação “é que as empresas entendam que somos seres humanos, parceiros e pedimos o mínimo de condição para viabilizar a prestação de serviços. Sem nós, não faz sentido existir a plataforma de delivery e os restaurantes não conseguirão entregar as refeições, porque nós somos a linha de frente”.
Abel Santos também pediu que a população não faça pedidos pelas plataformas de delivery nos dias de paralisação nacional para colaborar com as pautas da categoria.
Fonte: Portal da CUT