Covid: Ataque hacker prejudica dados de 5 estados pelo 5º dia
No momento em que a variante ômicron é monitorada no mundo todo pelos efeitos que pode provocar à evolução da pandemia, o governo brasileiro não divulga dados da pandemia ou da vacinação há cinco dias.
Publicado 15/12/2021 08:30 | Editado 14/12/2021 21:34
Sem dados de cinco estados, o Brasil registrou nesta segunda-feira (14) 141 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, com o total de óbitos chegando a 617.121 desde o início da pandemia, segundo o consórcio da imprensa, e 92 mortes, somando 616.970 óbitos, segundo a atualização epidemiológica divulgada pelo Ministério da Saúde.
O Brasil registrou mais 3.826 casos de covid-19 em 24 horas. No balanço geral, o país teve 22.195.775 casos de contágio.
Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias ficou em 151. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -34% e aponta tendência de queda, embora seja um número artificial considerando o déficit estatístico.
O apagão estatístico da pandemia ocorre num momento em que o mundo monitora com atenção o avanço da variante ômicron do novo coronavírus. As informações sobre capacidade de disseminação e gravidade da doença nesta variante demanda tempo de estudos, o que exige atenção de cientistas de todo o mundo para contribuir.
O Brasil tem dificuldades para isso, devido ao modo como o sistema de dados do governo é frequentemente atacado por crackers, sofre mudanças bruscas provocadas pelo próprio governo que já chegou a impedir a divulgação das informações para impedir o acesso da imprensa. Foi por este motivo que foi criado o consórcio da imprensa, uma parceria inédita entre vários veículos de comunicação para divulgação imparcial e mais detalhada dos números da pandemia.
Sem balanço confiável do Ministério da Saúde, os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h desta terça. O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. O site do governo covid.saude.gov.br continua fora do ar, impedindo o acesso aos gráficos da evolução da pandemia. Em todos os casos, o governo
Bolsonaro foi criticado pelo descaso com que trata os ataques hackers, não criando medidas preventivas para evitá-los. Por outro lado, o desmonte da plataforma que comprova a vacinação de cada brasileiro interessaria ao governo, que é contrário à exigência do passaporte vacinal para atividades que envolvam aglomeração ou entrada de estrangeiros no país.
O último ataque hacker no site do Ministério da Saúde, no aplicativo e na página do ConecteSUS – plataforma que mostra comprovantes de vacinação contra a Covid-19 –na madrugada de sexta-feira (10), afetou, indiretamente, a divulgação de casos e mortes em GO, MS, RJ, RO e TO, que não informaram novos dados.
Em SP, estado com os maiores números do país, a secretaria informou que os dados do dia (24 novas mortes e 27 novos casos) são incompletos, ainda reflexo dessa mesma questão. É o 5º dia seguido com problemas relacionados ao ataque, apontados por diferentes estados. Este represamento de dados deve interferir nos próximos dias, caso o sistema volte a funcionar adequadamente.
No domingo (12), o ministério da Saúde informou que o processo para recuperação dos registros dos brasileiros vacinados contra a Covid-19 foi finalizado, sem perda de informações.
Estados
Dentre os estados que atualizaram seus dados, quatro deles não tiveram registro de morte nas últimas 24 horas: AC, AL, MT e RR.
Em casos confirmados, desde o começo da pandemia, 22.194.297 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 5.083 desses confirmados no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 5.427 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de –38% em relação aos casos registrados em duas semanas, indicando queda nos diagnósticos.
Em seu pior momento, a curva da média móvel nacional chegou à marca de 77.295 novos casos diários, no dia 23 de junho deste ano.
Mesmo com o déficit estatístico, é possível observar aceleração de mortes em Mato Grosso, Roraima e Sergipe. Em queda estariam a maioria dos estados (BA, CE, AL, PI, SC, PA, AM, MA, AP, SP, PB, RS, PR, ES, AC). enquanto cinco estados não puderam informar, outros 3 mais o DF estão com número de óbitos estabilizado.
Vacinação: 65,63%
O ministério da Saúde continua não divulgando novos dados da vacinação, enquanto o consórcio da imprensa também teve dificuldades com 15 estados, devido ao ataque hacker.
O painel nacional de vacinação do Ministério da Saúde registrou a última atualização de dados em 9 de dezembro, quando o total de doses distribuídas era de 381.214.862. No dia, o SUS registrava 315.180.274 vacinas aplicadas – entre a primeira dose, a segunda dose e as doses de reforço. O vacinômetro também aponta que o governo federal já destinou cerca de R$ 216,2 bilhões em vacinas durante a pandemia.
Já os dados do consórcio de veículos de imprensa divulgados às 20h desta terça-feira (14) mostram que 139.989.809 pessoas tomaram a segunda dose ou dose única de vacinas e, assim, estão totalmente imunizadas. Este número representa 65,63% da população.
A dose de reforço foi aplicada em 21.301.596 pessoas, o que representa 9,99% da população. 160.204.836 pessoas, o que representa 75,10% da população, tomaram ao menos a primeira dose de vacinas. Somando a primeira dose, a segunda, a única e a de reforço, são 321.496.241 doses aplicadas desde o começo da vacinação.
De ontem para hoje, a primeira dose foi aplicada em 29.987 pessoas, a segunda em 455.423 a dose única em -2.572 (por conta de uma revisão dos dados no Ceará e no Mato Grosso do Sul), e a dose de reforço em 433.914, um total de 916.752 doses aplicadas.
Os estados com maior porcentagem da população imunizada (com segunda dose ou dose única) são: São Paulo (77,43%), Mato Grosso do Sul (71,29%), Rio Grande do Sul (69,74%), Minas Gerais (69,52%) e Santa Catarina (69,42%).
Já entre aqueles que mais tem sua população parcialmente imunizada estão São Paulo (81,85%), Santa Catarina (78,72%), Paraná (77,85%), Piauí (77,71%) e Rio Grande do Sul (77,66%) .