G20: o Brasil se apequena com Bolsonaro
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Publicado 01/11/2021 10:46
Bolsonaro chegou ao G20 em Roma sem moral e sem assunto para tratar sobre a covid19, sobre a pauta ambiental e a agenda climática e sobre a defesa da democracia.
Sem pauta, desmoralizado e arrogante, restou-lhe falar mal da Petrobras e do Lula – a quem acusou de ligação com o narcotráfico. Restou-lhe uma frustrada tentativa de ser ao menos íntimo dos garçons que serviam os líderes e seus estafes, tomar coca cola ao invés do “nosso” café, pisar no pé da Ângela Merkel – “só podia ser você”, “brincou” a líder alemã. Restou-lhe insultar a imprensa e agredir fisicamente jornalistas, sair do jantar com os líderes antes do término, não figurar na tradicional foto final do encontro. Restou o isolamento físico e político, o tempo todo. Dele e do Brasil.
Este sujeito, e tudo e todos que lhe cercam e bajulam, tem um problema essencial: falta de estatura política. Falta de um mínimo de cultura para estar ali. Mais: falta até de um mínimo de etiqueta, que seria uma inteligência elementar neste caso. Não se trata de saber ou não usar os talheres, que seria até uma besteira e detalhe, mas se cuida da incapacidade de saber se comportar politicamente e socialmente entre não milicianos da sua laia, do esgoto político de onde veio. E que isto não se confunda com simplicidade ou ser do “povão”. Lula é o maior exemplo de que se pode ser simples, do povão, não falar outro idioma, mas mesmo assim se comunicar bem e valorizar cada milímetro da liturgia que o cargo de presidente impõe.
Foi perceptível, flagrante e vergonhoso ver as cenas denunciando aquele corpo gritando, a tentar transitar num ambiente estranho ao seu habitat cultural, como uma espécie de hiena magra e sarnenta, cheirando a morte e a fumaça, com as patas e a boca ainda sujas de sangue de suas vítimas, tentando circular num bioma cuja fauna local não lhe reconhecia como parte da comunidade e, pior, não queria sequer chegar perto. Nem o Papa Francisco, em sua infinita capacidade de perdão e conhecida simpatia, se dispôs a sentir de perto o cheiro insurportável do indesejável.u
O Brasil saiu do G20 menor do que entrou. Nosso país sempre foi uma potência diplomática. O Instituto Rio Branco, o Itamaraty, nosso corpo diplomático, antes de Bolsonaro, constituíam uma espinha dorsal em nossas relações internacionais, realizando sínteses com os variados vieses dos vários governos. Mas até nisso Bolsonaro mexeu. Nosso país passa vergonha internacional, se isola e compromete nosso papel num momento em que poderíamos ser referência e ampliar nossa influência no mundo. Lamentável.