Publicado 03/09/2021 20:55
O Ministério da Educação desde o início do atual governo vem realizando uma série de ações, desde declarações, ameaças, punições, cortes de verbas, na maioria das universidades públicas, Institutos Federais de ensino e outras, sob alegação de que essas instituições estão repletas de professores que “partidarizam” o ensino. E que o correto seria uma escola sem partido.
Quantos séculos tem as instituições de ensino, no Brasil e no mundo? Porque só agora surgiu essa polêmica?
Fazem essas acusações baseados em quais fatos? Quais os prejuízos que tem tido o ensino em todos os níveis? Se não apresentam dados ou informações mais claras, o que será que existe por traz dessa ação.
Todos os ministros da área da educação do atual governo foram indicação de um grupo, da área ideológica, liderada pelo guru de Bolsonaro, que mora nos EUA, chamado Olavo de Carvalho.
O primeiro deles Ricardo Velez, um colombiano, foi trocado em menos de 100 dias de governo, motivado por crises, controvérsias, que geraram conflitos entre servidores, gestores estaduais e municipais, além de disputas internas, principalmente entre militares.
Substituído por Abraham Weintraub, do mesmo grupo ideológico, este responsável por um dos maiores desmontes e cortes de verbas do setor. Com pouco mais de um ano no comando da pasta acumulou polêmicas por questões políticas e ideológicas, com vários setores, principalmente com ministros do STF. E chegou a afirmar que as universidades fabricam drogas e cultivam maconha.
Novamente da mesma linha ideológica, assumiu o atual, Milton Ribeiro, pastor presbiteriano, dizendo que a universidade deveria “ser para poucos”. (Daí a justificativa dos cortes e sucateamento). Depois declarou” de que adianta ter um diploma se não tem emprego”, como se não fosse uma obrigação do governo impulsionar a geração de postos de trabalho. Outra afirmação do ministro é que “alunos deficientes atrapalham o aprendizado dos demais”, portanto deveriam ser separados.
Como se vê, no governo Bolsonaro existe uma política muito clara de desmonte e sucateamento da educação no Brasil, e ao mesmo tempo uma política ideológica que vem sendo implementada a ferro e fogo, de que é preciso mudar o atual modelo.
E qual seria esse novo modelo?
O Brasil, maior país da América Latina, com terras férteis e riquezas minerais fabulosas tem todas as condições de se tornar uma potência, não só no continente, mas a nível mundial. Mas para isso teria que se desenvolver tecnologicamente, e isso só se consegue através do conhecimento cientifico, da educação, principalmente em níveis superiores.
E será que nossos concorrentes – principalmente os EUA – vão deixar isso acontecer tranquilamente? Daí os golpes e mais golpes, desde Vargas, levado ao suicídio porque adotou uma política de desenvolvimento industrial que já absorvia 30% do PIB, hoje em torno de 10%.
Daí uma ditadura militar sob o comando dos EUA por 21 anos. Daí o golpe contra Dilma, a prisão de Lula e eleição de um incompetente, um mentecapto, fantoche, sob o comando do Tio Sam.
Essa é a jogada da “escola sem partido”, na verdade sob comando externo, dos que querem sucatear nossas escolas e universidades, rebaixar ao máximo o ensino no Brasil, para que sejamos apenas um mero distribuidor de matéria prima in natura, principalmente de grãos, carnes e minérios; não um país desenvolvido tecnologicamente.
Essa política nefasta implementada pelo governo Bolsonaro, infelizmente ganha terreno em todo o território, inclusive em meu estado, Mato Grosso, onde seus seguidores fanáticos já ameaçam professores, escolas e implantam terror, sobrevoando escolas com helicópteros coberto pela bandeira nacional, para intimidar professores que denunciam crimes ambientais, agressões a povos indígenas e apontam responsáveis.