BB recua e não sairá da Febraban “após negociações”
Assessoria de Bolsonaro considerou uma trapalhada a atitude do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, aumentar a animosidade do empresariado contra o governo, ao sugerir a saída dos bancos públicos da Federação.
Publicado 03/09/2021 19:49
Depois de quase uma semana de impasse, o Banco do Brasil (BB) confirmou que não pretende sair da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em nota, a instituição financeira informou que, “após negociações”, o BB reafirmou o respeito pelos outros bancos e pela história construída pela federação em mais de 50 anos de existência.
No último fim de semana, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal haviam ameaçado se desassociar da Febraban, após o anúncio de que a entidade pretendia publicar em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) um manifesto em defesa da democracia e da harmonia entre os Poderes. A Fiesp havia assumido a organização do manifesto e, diante da reação negativa do governo, havia decidido adiar a divulgação.
Segundo Valdo Cruz, colunista do G1, fontes do governo revelam que Bolsonaro considerou uma trapalhada a atitude do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que chegou a sugerir a saída dos dois bancos públicos da Febraban. Dentro do governo, preocupa a posição cada vez mais generalizada de empresários criticando a gestão Bolsonaro, o que só aumentaria a animosidade do empresariado caso BB e Caixa rompessem com a Febraban.
“Chegamos a um entendimento que é fruto de discussões respeitosas entre as partes e que não inibe a livre expressão de qualquer membro da federação. O comunicado da Febraban, por um lado, reafirmou sua convicção pelo conteúdo pacífico e equilibrado do manifesto e, por outro, acena ao BB e à CEF [Caixa Econômica Federal] quando registra a desvinculação do movimento liderado pela Fiesp, contribuindo para a solução do impasse”, informou o presidente do BB, Fausto Ribeiro, no comunicado.
Tanto o Banco do Brasil como a Caixa são fundadores da Febraban. No texto, o BB informou acreditar que o episódio contribuirá para reforçar mecanismos internos da Febraban que favoreçam o diálogo e reforcem o papel da entidade como agente para o desenvolvimento do país. A Caixa ainda não emitiu nota sobre o assunto.