Bolsonaro é cruel ao trocar auxílio por bônus de R$ 200, dizem deputados

A nova proposta do governo inviabiliza a renovação do auxílio emergencial de R$ 600 que beneficiou mais de 70 milhões de brasileiros

Em todo o Brasil o povo buscou auxílio emergencial´(Foto: Reprodução)

Para compensar o fim do auxílio emergencial, o governo Bolsonaro quer mandar ao Congresso Nacional uma proposta a fim de criar o Benefício de Inclusão Produtiva, batizado por BIP. Trata-se do pagamento de três parcelas de R$ 200 mensais para 30 milhões de brasileiros que estão fora do Bolsa Família.

Com isso, o governo quer inviabilizar a renovação dos R$ 600 mensais pagos a mais de 70 milhões de brasileiros. O auxílio é considerado fundamental para combater a pobreza e a miséria no país, além de ser uma medida importante para economia.

A vice-líder da minoria na Câmara dos Deputados, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), disse que renovar o auxílio emergencial de R$ 600 é salvar vidas. “A nova proposta do governo de R$ 200 é crueldade. O fim do benefício vai deixar ao menos 63 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza no Brasil. Não podemos permitir. Por isso defendemos a retomada imediata do auxílio”, afirmou.

Segundo ela, a renda dos mais pobres deve cair quase 25% sem o auxílio emergencial. “São famílias sem a garantia de alimentação digna em um país com inflação nas alturas e desemprego recorde. É dever do Congresso agir para garantir o retorno do benefício. #Renova600”, escreveu no Twitter.

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), explicou que o governo ainda quer impor condições com a proposta. “Governo Bolsonaro estaria cogitando auxílio emergencial de R$ 200 em três parcelas e ainda impondo condições, aderir à tal carteira verde amarela, que só precariza o trabalho e já deu errado”, protestou.

Para o líder da minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), a proposta de redução do auxílio para R$ 200 é uma ofensa. “É um valor que não atende minimamente as necessidades do povo. É mais uma barreira imposta pelo governo que impede uma vida digna”, criticou.

“O desgoverno quer pagar um novo auxílio de apenas R$ 200 por 3 meses. É como colocar band-aid em cima de fratura exposta. Milhões de famílias estão passando fome e a crise está muito longe de acabar. Nós do PSOL já apresentamos proposta p/ retomar o pagamento dos R$ 600”, escreveu no Twitter o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

Senador

O senador Humberto Costa (PT-PE) considerou que a medida apresentada pelo governo não resolve a situação das famílias que enfrentam dificultadas em decorrência da pandemia e ainda deve ampliar as desigualdades. “Até quando a pauta do governo vai ser retirar direitos e aprofundar desigualdades no nosso país?”, questionou.

Na opinião dele, a proposta de R$ 200 para socorrer os trabalhadores impactados pela pandemia regride à proposta original do governo Bolsonaro aventada ainda em 2020. Na oportunidade, o governo sugeriu R$ 200 aos trabalhadores e o Congresso Nacional conseguiu elevar o valor para R$ 600.

Ubes

Em nota, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) diz também que o fim do auxílio emergencial vai deixar ao menos 63 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. “200 reais para alguns não é suficiente para combater a fome, é crueldade. #Renova600 #VoltaAuxílioEmergencial”.

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