Analistas começam a revisar para baixo projeções para o PIB em 2021
Fonte do Ministério da Economia admite possibilidade de retração econômica no primeiro trimestre.
Publicado 25/01/2021 14:13 | Editado 25/01/2021 15:58
Com uma nova onda de contaminações da Covid-19, atraso na vacinação e o fim do auxílio emergencial, analistas começam a revisar para baixo projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos no país). Segundo o jornal Valor Econômico, o próprio Ministério da Economia espera retração no primeiro semestre de 2021.
“Não será surpresa se ocorrer uma retração da economia no primeiro trimestre. Teremos um trimestre muito difícil e não adianta dourar a pílula” disse um membro da equipe de Paulo Guedes, segundo o jornal. Em outra matéria, bancos e consultorias disseram ao jornal que o crescimento no ano cheio de 2021 pode ficar menor do que o esperado.
O economista chefe da MB Associados, Sérgio Vale, disse ao Valor que muitas instituições com números entre 4% e 5% já estão revendo as suas projeções, que tendem a ficar na faixa de 2% a 3% para o crescimento deste ano.
A consultoria Oxford Economics diz que dados de alta frequência mostram forte queda da atividade em dezembro e uma provável contração em janeiro, por causa da retirada do auxílio emergencial e projeta retração de 0,8% de janeiro a março na comparação com o quarto trimestre do ano passado.
O Banco Fator estima crescimento de 2,5% no PIB em 2021 e o economista-chefe do banco Alfa, Luis Otávio de Souza Leal, afirmou que a tendência é que a economia fique praticamente estagnada nos primeiros três meses deste ano, o que reduziria a projeção do banco para o crescimento na média do ano, de 4,2%, para algo como 3,5%.
Apesar disso, o Boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central junto a economistas do mercado financeiro, trouxe nesta segunda-feira (25) revisão para cima da previsão de crescimento do PIB, com ajuste de +3,45% para + 3,49%. As instituições consultadas também aumentaram a projeção de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 3,43% para 3,5%.