Sigamos construindo um país melhor, por Vanessa Grazziotin
“De todos os ensinamentos e as revelações desta pandemia, creio que ficou muito claro o papel que exerce o Estado na vida das pessoas”
Publicado 24/12/2020 10:15 | Editado 24/12/2020 12:39
Estamos próximo do Natal e o ano de 2020 chega ao fim. Chega ao fim o ano que parece não ter iniciado. Um ano marcado por uma pandemia que isolou grande parte das pessoas no mundo inteiro.
De todos os ensinamentos e as revelações desta pandemia, creio que ficou muito claro o papel que exerce o Estado na vida das pessoas. Seja nos países mais desenvolvidos ou nos países mais pobres.
Mas, principalmente, nos países em desenvolvimento, como o nosso, mais do que nunca ficou evidente o quanto as pessoas dependem do Estado para sobreviver. Ficou claro o quanto dependemos de um sistema público de saúde, porque mesmo chegando no final do ano com quase 200 mil vidas perdidas pela covid-19, os problemas só não foram maiores porque a população brasileira pôde contar com o nosso Sistema Único de Saúde (SUS).
Não foi a iniciativa privada que cuidou ou salvou a vida das pessoas. Quem cuidou e salvou a vida das pessoas, inclusive daquelas e daqueles com maior poder aquisitivo, foi o sistema público de saúde. E exatamente assim será no ano de 2021, quando esperamos iniciar um novo ano tendo o acesso da população à vacina.
Creio, portanto, que a nossa luta neste ano de 2020 foi uma luta extremamente dura, primeiro para que pudéssemos nos proteger contra o vírus da covid-19 e segundo para garantir a sobrevivência da população brasileira. Lamentavelmente, a autoridade máxima do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que deveria zelar pela saúde, pela vida, pelo trabalho, pela renda mínima das pessoas, foi quem mais causou problemas ao país. Num primeiro momento resistindo à ajuda emergencial e até agora resistindo ao isolamento social e resistindo à vacina, que é um fator elementar para a manutenção das vidas.
Creio que, de tudo o que nós passamos, também fica uma lição, para além do aprendizado, que é a necessidade de a população brasileira estar unida e lutar por direitos. Lutar para construir um país melhor. Se é fato que o Brasil e uma parte importante do mundo está nas mãos de ditadores e de pessoas que desprezam a democracia, que desprezam a vida humana; por outro lado é verdade também que nós temos a capacidade de conscientizar e mobilizar a população para estabelecermos um projeto político diferente deste que temos hoje.
Nas últimas décadas avançamos muito, aliás, a grande imprensa diz de uma forma até ridícula que “a década colocou o negro nas universidades”, que incluiu a população brasileira. Não foi “a década” que incluiu, o que incluiu foi um projeto de país democrático, soberano, inclusivo, que começou a ser implantado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seguiu com a presidenta Dilma Rousseff, ambos do PT, e que, lamentavelmente, esta lawfare [forma de guerra na qual o direito é usada como arma] fez de tudo, não apenas para arrancar a esquerda do poder, mas para criminalizar, não a política, mas a esquerda brasileira.
Mas como eu digo sempre, não há mentira, não há farsa que dure para sempre. E desta forma sigamos – e seguiremos – organizando a população e construindo um país melhor, um país de todas e de todos.
Feliz Natal, Feliz 2021 para todas e para todos nós!