O desprezo de Bolsonaro pela vida continua

Jamais a economia poderia ter maior valor que a vida. Na verdade, isso mostra que o seu verdadeiro compromisso é com o capital e não com a vida.

Ilustração: Jota Camelo

Na sexta-feira (19), ao discursar na inauguração de uma usina de Etanol em Sinop (MT), o presidente Bolsonaro deu mais uma demonstração de desprezo pela vida de quase 140 mil brasileiros mortos pela Covid-19, afirmando que “isso aí, (a pandemia) é para os fracos”.

Mas a verdade é bem outra. Fraco, e pior ainda, insensível e sem noção é o presidente Bolsonaro que ainda faz chacota com o número de brasileiros mortos que se aproxima de 150 mil e de 5 milhões de infectados.

A pandemia da Covid-19 demorou certo tempo para chegar ao Brasil. Bolsonaro se fosse um presidente forte, capaz e comprometido com a saúde e a vida dos brasileiros teria se preparado, estruturado melhor a área da saúde, como fizeram muitos países onde o número de mortos e infectados foi muito reduzido.

Vários países, à exemplo da China com população sete vezes maior que o Brasil teve cerca 4,7 mil mortes. O Vietnã, com 100 milhões de habitantes (metade do Brasil), teve apenas 35 mortos. Mas infelizmente nosso presidente fraco, despreparado e sem noção, zombou desde o início da pandemia.

Primeiro classificando-a como uma gripezinha, criticando as orientações de isolamento, não uso de máscaras, demitindo ministros da saúde, provocando aglomerações, recomendando remédios inadequados e até prejudiciais, eximindo-se de suas responsabilidades, atirando a culpa em gestores estaduais e municipais, além de declarações e comportamentos que só contribuíram para agravar a situação.

Bolsonaro tenta a todo momento se justificar dizendo que era preciso salvar a economia, caso contrário mais brasileiros morreriam de fome. Isso é totalmente incoerente, falso e insano. Jamais a economia poderia ter maior valor que a vida. Na verdade, isso mostra que o seu verdadeiro compromisso é com o capital e não com a vida.

Mas nem essa capacidade em defesa da economia nosso fraco presidente teve, posto que, deixou quebrar milhões de pequenas e médias empresas que empregam a maioria dos brasileiros, à espera do Pronampe, que atendeu apenas parte de grandes empresários.  Paulo Guedes, o “posto Ipiranga” ainda teve o cinismo de declarar que caso o governo atendesse as pequenas e médias empresas o governo iria perder dinheiro.

Já estamos quase no meio do mandato desse presidente que a todo o momento só fala asneiras e elogia a si próprio como “atleta”, “forte”, mas na realidade a sua gestão é uma das mais fracas da história.

Em termos de economia, no primeiro ano de seu governo o Brasil, continuou estagnado em 1%. Neste ano o PIB só despenca, chegando a 9,6 negativo no último trimestre. Não existe nenhuma área em crescimento, a não ser o agronegócio, estimulado pela alta do dólar e pela demanda externa. O que sobe no Brasil é o preço do arroz, da carne, e da maioria dos alimentos, principalmente devido à exportação.

Sem obras para inaugurar, Bolsonaro vive como penetra procurando participar de inaugurações de obras privadas, como no caso da usina de Etanol em Sinop, para ver se fatura alguma coisinha.

Bolsonaro teve certo folego com a liberação dos 600 reais, que nem foi obra dele e sim do Congresso Nacional. Agora anunciado que vai cortar pela metade e finalizar em dezembro, a economia sentirá forte retração potencializada pela quebradeira das empresas e pelo aumento do desemprego.

A tendência é Bolsonaro ir mostrando mais claramente a sua fraqueza total.

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