Estudo mostra que a cada 100 pessoas infectadas, uma morre
O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, considerou a pesquisa da UFPEL uma contribuição brasileira aos estudos sobre a pandemia para o mundo.
Publicado 02/07/2020 22:56 | Editado 03/07/2020 01:14
Os resultados de um estudo do Ministério da Saúde e da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), no Rio Grande do Sul, apresentados nesta quinta-feira, mostra que, de cada 100 pessoas infectadas com o novo coronavírus no Brasil, uma vai a óbito, o que representa uma taxa de 1,15% de letalidade.
A pesquisa, que foi dividida em três fases e realizada com 89.397 pessoas de 133 cidades de todas as regiões do país, mostra que 60% dos brasileiros infectados manifestam sintomas, principalmente alteração de olfato e paladar. Apenas 9% dos brasileiros são assintomáticos.
Nesta quinta-feira(2), representantes do Ministério da Saúde e a da UFPEL participaram de entrevista coletiva para divulgar os resultados desse que é considerado o maior estudo sobre a covid-19 no Brasil.
Segundo o coordenador da pesquisa e reitor da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Hallal, a maior novidade do estudo é que 91% dos entrevistados apresentaram sintomas, diferentemente de outras pesquisas. Das 2 mil pessoas testadas positivo, mais de 62,9% tiveram alteração de olfato e paladar, 62,2% tiveram dor de cabeça, 56,2% relataram febre, 53,1% tiveram tosse e 52,3% informaram dores no corpo.
Foram entrevistadas pessoas em 133 cidades em todo o país, selecionadas por serem as mais populosas das regiões intermediárias. Foi maior estudo epidemiológico do mundo, verificando 90 mil pessoas com teste para o novo coronavírus, escolhidas por sorteio. Foi utilizado teste rápido (que verifica anticorpos).
Na análise por nível socioeconômico, há diferenças. Os 20% mais pobres da população têm o dobro da infecção dos que os 20% mais ricos da população. O estudo pretende avançar nas motivações dissos nas próximas etapas.
O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, afirmou que esses números têm de ser avaliados pois confrontam os de outros estudos. Mas considerou a pesquisa uma contribuição brasileira aos estudos sobre a pandemia no resto do mundo.