“Coronavírus: Irresponsabilidade de Bolsonaro será denunciada na OMS”

A Organização Mundial de Saúde será instada a apurar descumprimentos das normas internacionais por parte do presidente da República

Manifestantes pedem AI 5 em ato contra a Constituição (Foto: Reprodução)

A deputada federal Fernanda Melchionna (RS), líder do PSOL na Câmara dos Deputados, vai denunciar nesta segunda-feira (16) Bolsonaro à OMC (Organização Mundial da Saúde).

A parlamentar quer que o organismo internacional notifique o Brasil de suas obrigações e apure os descumprimentos das normas internacionais por parte do presidente da república.

Segundo ela, ao cumprimentar pessoas e estimular aglomerações em manifestações antidemocráticas e autoritárias, o presidente contraria determinações e recomendações de autoridades de saúde nacionais e internacionais, que têm o objetivo de prevenir a propagação do novo coronavírus.

“Trata-se de uma postura extremamente grave e irresponsável de um chefe de Estado diante de uma pandemia em curso, colocando em risco a saúde dos brasileiros e brasileiras, e da população mundial como um todo”, criticou.

Na sua avaliação, Bolsonaro cometeu dois crimes. “Um de saúde pública ao estimular e participar dos atos deste domingo e por isso o estamos denunciando na OMS. O segundo crime é contra a Constituição Federal ao vibrar e fortalecer vozes autoritárias que pedem AI-5 e ditadura. Ele sem dúvida não pode continuar governando”, afirmou.

O Brasil é um dos 194 membros da Organização Mundial da Saúde (OMS), organismo internacional fundado em 1946 com o objetivo de promover a saúde dos povos e viabilizar a coordenação sanitária a nível global.

As atitudes de Bolsonaro desrespeitam frontalmente a Constituição da OMS e o Regulamento Sanitário Internacional, instrumentos internalizados a ordem jurídica brasileira de modo vinculante.

Contrariando recomendações internacionais e experiências eficientes em retardar a propagação do vírus, o Presidente descumpre seu dever de colaborar na resposta à emergência sanitária global do novo coronavírus.

Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro também chamou de “extremismo” e “histeria” medidas adotadas diante da pandemia do coronavírus, que no Brasil já infectou 200 pessoas. Ele ainda insinuou haver interesses econômicos e políticos nas medidas para tentar conter a transmissão do vírus.

Assessoria de comunicação da deputada Fernanda Melchionna