Carnaval confirma importância da cultura para a economia
Quando a gente pensa em Carnaval um monte de coisa vem à cabeça. É festa, alegria, música, arte e cultura para todo lado. Mas você já parou para pensar em como essa festa tão brasileira é importante para a economia das nossas cidades e do nosso país?
Publicado 07/02/2020 13:08 | Editado 07/02/2020 13:51
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a estimativa é que o faturamento no carnaval este ano deverá ser de cerca de R$ 8 bilhões, um aumento real de 1% em relação ao ano passado. Para Luiz Carlos Prestes Filho, autor de livros sobre a indústria do carnaval, os números do setor podem ser ainda mais positivos quando contabilizados setores como serviços gráficos, editoriais, de mídia, entretenimento e fonográfico
Em Pernambuco a expectativa é que haja um faturamento de R$ 457,8 milhões só nos setores de alimentação, transporte e hospedagem, cerca de 3,4% a mais que no ano passado. O comércio também está com a expectativa positiva e as vendas devem superar as do ano passado, quando o crescimento foi projetado em 3%, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL-Recife).
Para a vice-governadora Luciana Santos, que já foi prefeita de Olinda (2000-2008), uma das cidades mais tradicionais nos festejos de Momo, e presidenta da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura, quando deputada federal (2011-2018), a Economia Criativa é um vetor importante para a balança nacional. “Esse conjunto de negócios baseado na inteligência, na capacidade criativa e intelectual da nossa gente precisa ser estimulado porque além de promover a diversidade cultural e o desenvolvimento social, é uma fonte importante de renda, gera empregos e produz uma receita significativa de exportação, não só no carnaval, mas o ano todo”, comenta.
Dos debates realizados no Congresso Nacional ela sintetiza os principais desafios: “É preciso realizar um levantamento de dados mais preciso da economia criativa brasileira e por regiões, além de ampliar a articulação e o estímulos aos empreendimentos criativos, além de estimular a educação para competências criativas. Cultura, comunicação e educação são os itens que compõem o tripé necessário para desenvolver a economia criativa”
Pernambuco tem feito o dever de casa. Além dos investimentos tradicionais no período carnavalesco — em 2019 realizou um investimento em torno de R$ 21 milhões para o Carnaval, gerando uma injeção de R$ 2 bilhões na economia local — o Governo do Estado tem buscado a integração entre secretarias ligadas ao setor. Este ano o evento “Bora Pernambucar”, faz um “esquenta” da folia e realiza entre os dias 5 e 9 de fevereiro mostra gastronômica, de artesanato, de moda e de fotografia, além de shows gratuitos, no Cais do Sertão, no Recife, promovendo a diversidade do ciclo carnavalesco pernambucano.
Para o pesquisador Adão Villaverde o carnaval, juntamente com o futebol, se constitui como uma síntese da economia criativa, e como tal poderia ser considerado uma atividade revolucionária, no sentido de que põe em xeque uma das mais relevantes leis da economia – a lei da escassez. “É inegável a abrangência da economia criativa, que tem como matérias primas a inteligência e a criatividade humanas, recursos que, se bem trabalhados, tendem ao infinito. Sendo assim, com possibilidades praticamente ilimitadas”, escreve.
Da redação do Vermelho/PE