PCdoB repudia agressão dos EUA contra Iraque e Irã
“O Brasil é um país amigo das nações árabes e da nação iraniana e não tem vocação para promover a guerra”, destaca a nota do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Publicado 06/01/2020 16:48 | Editado 06/01/2020 19:02
Nesta segunda-feira (6), o PCdoB divulgou nota em repúdio à agressão estadunidense contra o Irã e o Iraque na semana passada. Um ataque autorizado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, ao Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque, vitimou o general iraniano Qasem Soleimani, na última quinta-feira (2).
O militar era considerado por muitos como o segundo homem mais importante do Irã, depois do líder supremo.
O PCdoB também rechaçou nota emitida pela chancelaria do Brasil em apoio ao crime cometido pelos Estados Unidos, demonstrando a subserviência do Itamaraty ao governo Trump.
“O Brasil é um país amigo das nações árabes e da nação iraniana e não tem vocação para promover a guerra”, destaca a nota, assinada pelo vice-presidente e secretário de política e relações internacionais do partido, Walter Sorrentino.
Leia a íntegra da nota:
Nota do PCdoB sobre ataque ao Iraque e ao Irã pelos EUA
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) expressa seu repúdio a mais um ato de agressão cometido pelos Estados Unidos, a mando do presidente Donald Trump, contra o Iraque e o Irã, na quinta-feira (2). O atentado em Bagdá, que resultou no assassinato do general Qassem Soleimani das Forças Quds da Guarda Revolucionária Iraniana e do comandante da força iraquiana de combate ao terrorismo do chamado “Estado Islâmico”, Abu Mahdi al-Muhandis, entre outros oficiais, foi uma nova e clara manifestação do desprezo completo de Trump pela promoção da estabilidade e a paz na região e no mundo.
Rechaçamos também a nota emitida pela Chancelaria do Brasil em apoio ao crime cometido pelos Estados Unidos, em que o Itamaraty expressa não só a subserviência do governo Bolsonaro à política beligerante e agressiva dos EUA, como também coloca o País à disposição dos seus planos, tanto no Oriente Médio quanto na América Latina, citando o “combate ao terrorismo” na região. É inadmissível que o governo Bolsonaro envolva o Brasil nesta aventura gravíssima ou nesta política de militarização regional, distorcendo e manchando nossa história diplomática de promoção e defesa do direito internacional, de respeito à soberania das nações e à solução pacífica de controvérsias.
O Brasil é um país amigo das nações árabes e da nação iraniana e não tem vocação para promover a guerra.
O Parlamento iraquiano voltou a se manifestar neste domingo (5) com uma resolução pela retirada das tropas dos Estados Unidos, presentes no Iraque desde a invasão comandada por George W. Bush em 2003. Está derrotado o inaceitável e tergiversante pretexto do combate ao terrorismo, que só fez se fortalecer desde então. A intervenção imperialista no país é um dos grandes fatores de desestabilização regional, repudiada pelas forças da paz em todo o mundo.
Manifestamos nossas profundas condolências aos povos do Irã e do Iraque pelas perdas de vida ao longo destes anos e neste atentado em particular; expressamos nossa solidariedade à sua luta e resistência à política imperialista imposta pelos Estados Unidos e seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que visa o controle do Oriente Médio e o espólio dos seus recursos a todo custo.
Expressamos nosso apoio aos partidos progressistas, aos trabalhadores, à juventude e ao movimento pela paz internacional dos Estados Unidos, que já se manifestam em repúdio contundente a mais este atentado e, especialmente, à escalada provocada por Donald Trump, que pode levar a uma guerra generalizada de consequências imprevisíveis.
Os sucessivos governos estadunidenses têm trabalhado ativamente contra a paz mundial e o governo Trump, em particular, tem feito retroceder passos moderados pelo diálogo e o controle de armas, na retirada do tratado com o Irã sobre seu programa nuclear e na sua retirada do Tratado de Forças Nucleares Intermediárias com a Rússia, transmitindo a clara mensagem ao mundo de que se prepara para a guerra.
Pelo fim das agressões imperialistas dos EUA e seus aliados na OTAN;
Em repúdio à manifestação da Chancelaria de Bolsonaro de apoio ao atentado estadunidense no Iraque;
Em solidariedade à resistência anti-imperialista e o combate ao terrorismo pelas nações soberanas na região;
Pela estabilidade e a paz no Oriente Médio livre da ingerência dos EUA!Walter Sorrentino
Secretaria de Política e Relações internacionais do PCdoB