Saídas coletivas e democráticas para os problemas do povo
Para o nosso povo, viver em Porto Alegre hoje é desafiador. É tanto problema acumulado que o dia a dia equivale a uma corrida de obstáculos. Por Abigail Pereira, vice-presidenta do PCdoB-RS
Publicado 11/12/2019 13:24 | Editado 04/03/2020 17:09
Uma mulher trabalhadora das periferias, por exemplo, precisa enfrentar os problemas causados pela falta de creches; tem de pegar ônibus cheios e sem ar condicionado desembolsando uma tarifa cara; precisa enfrentar filas de espera para tratamentos de saúde e andar em ruas sujas e esburacadas, que viram armadilhas especialmente para idosos e portadores de deficiência; à noite, quando volta para casa depois de um dia extenuante, teme andar por ruas escuras e sem segurança.
Mas, não é só: o abandono das pessoas em situação de vulnerabilidade, sem assistência, pelas ruas da cidade; o desemprego que atinge o país; o desmonte dos serviços públicos; a retirada de direitos dos servidores; os riscos de piora na saúde pelas terceirizações propostas por Marchezan; o descaso com a qualidade da educação; a falta de água em bairros afastados que se repete a cada verão; a ausência de cuidado com os prédios e espaços públicos, entre tantos outros problemas.
A população de Porto Alegre vive sob um alinhamento de governos que não oferecem soluções voltadas para as reais necessidades da população. Marchezan na Prefeitura, Leite no Governo do Estado e Bolsonaro na Presidência formam uma espécie de "trio do desespero”. Sob seus governos, o povo se vê diante de uma realidade de miséria, retirada de direitos, desemprego, falta de atendimento, de assistência e de perspectivas. Nós nos sentimos vulneráveis, sem saída. “A quem recorrer?”, é a pergunta que milhões de pessoas se fazem diariamente.
A solução para isso é ampliar a democracia. Sim, ampliar de verdade, com real participação popular, debatendo saídas e construindo novos caminhos que deságüem em novas escolhas nos próximos anos e pressionando para que os parlamentos barrem medidas que prejudiquem a nós, população, e aprovem as que melhoram nossas vidas.
Por isso, estamos chamando a população porto-alegrense a participar do Congresso do Povo, que acontece no próximo sábado, 14/12, às 16h, nos Arcos da Redenção. Lideranças populares, políticas e dos movimentos sociais, como Manuela D’Ávila, estarão presentes, discutindo saídas para a atual situação.
Porto Alegre deve retomar sua vocação para cidade plural e democrática, solo fértil onde foram semeados e se desenvolveram o Orçamento Participativo, o Fórum Social Mundial, entre tantas outras ações e políticas públicas voltadas para a igualdade e a dignidade humana. Ou seja, temos conhecimento acumulado, temos um povo consciente. Precisamos de união e participação para colocar em funcionamento essa energia positiva acumulada e canalizá-la para a transformação de nossa cidade, fazendo de Porto Alegre um território livre do fascismo e voltado para o povo. Tua participação é fundamental. Unir sonhos e lutas é a chave para garantir uma outra realidade.