Perpétua Almeida: entrega da Embraer é crime de lesa-pátria
A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) usou a tribuna para fazer duras críticas à venda da Embraer para a Boeing. A parlamentar destacou que a permissão do governo federal à concretização do negócio é uma afronta à soberania nacional.
Por Walter Félix, do PCdoB na Câmara
Publicado 18/09/2019 17:56
Não tem nada pior para a soberania nacional do que você pegar a sua maior empresa de tecnologia em aviação e entregar para o estrangeiro, entregar para as concorrentes”, afirmou.
Perpétua Almeida lembrou que a empresa de aeronáutica brasileira, líder mundial de vendas de aeronaves com até 150 lugares, também é responsável por um dos principais projetos do país na área de defesa, o cargueiro militar KC-390. “Esse é um dos maiores feitos de uma empresa brasileira, a Embraer”, ressaltou a deputada.
No início de setembro, a FAB (Força Aérea Brasileira) recebeu a primeira de grupo de 28 aeronaves. O KC-390 é o maior avião militar desenvolvido e fabricado no Hemisfério Sul. A aeronave pode realizar todo tipo de operação de transporte, como o de paraquedistas e tropas militares e de lançamento de cargas, além de missões de reabastecimento em voo, evacuação aeromédica, socorro humanitário, busca e resgate e combate a incêndios.
“Quem fez isso foi a brasileira Embraer. E, se tem um crime de lesa-pátria, se tem um crime cometido contra o Brasil, contra a própria FAB, é exatamente a permissão do governo federal da venda da Embraer para uma empresa americana”, afirmou a deputada comunista.
A parlamentar observou que ainda é possível adotar medidas no sentido de reverter a transação, que pode implicar na transferência do processo produtivo do KC-390, desenvolvido pela Embraer em pareceria com a Aeronáutica, para plantas industriais nos Estados Unidos. “Não se faz isso. Empresas de defesa são cuidadas, são tratadas pelos Estados. E assim deveria ser tratada a Embraer brasileira”, protestou.
“É preciso fazer um alerta a este Congresso. Por isso, quero pedir a este parlamento que façamos alguma coisa para evitar esse crime que é a entrega da Embraer para uma empresa estrangeira”, completou Perpétua.