Metalúrgicos debatem indústria, desenvolvimento e geração de empregos
A cidade de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), recebe na sexta-feira (12/7), das 9 às 14 horas, a Plenária dos Metalúrgicos de Minas Gerais. O evento, promovido por três federações de trabalhadores metalúrgicos que atuam no estado – a Fitmetal, a FEM-CUT e a Femetalminas – ocorre num momento em que a categoria é vítima de dois retrocessos: o avanço da desindustrialização no Brasil e os ataques do governo Bolsonaro aos direitos dos trabalhadores.
Por André Cintra
Publicado 11/07/2019 20:12 | Editado 31/05/2020 23:09
A primeira mesa da Plenária – “Estado, Indústria, Desenvolvimento e Geração de Empregos” – vai discutir justamente respostas à crise econômica do País, em especial à estagnação da indústria nacional. Além da presença do prefeito de Betim, Vittorio Medioli, o debate terá como expositores o sindicalista Rafael Marques (presidente do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento, o TID-Brasil) e o economista Diogo Santos (mestrando em Economia pela UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais).
Na opinião de Marcelino da Rocha, presidente da Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil), um dos principais desafios do momento é recuperar a indústria nacional e estimular a reindustrialização da economia brasileira. No primeiro trimestre de 2019, segundo o economista Paulo Morceiro, o peso da indústria de transformação no PIB caiu para 10,4% – o pior patamar registrado pelo setor na série histórica.
“O governo já começou a bater recordes negativos. Enquanto Bolsonaro se dedica a passar vexames no Exterior e a tomar vaias em estádios de futebol, a economia brasileira segue estagnada”, afirma Marcelino. “Não há política industrial, nem estímulo ao crescimento, tampouco perspectivas de geração de empregos.”
Já a pauta da segunda mesa – prevista para 12 horas e restrita a dirigentes das entidades filiadas às três federações – é a Campanha Salarial Unificada (2019-2020). Desde a década de 1990, os metalúrgicos de Minas apresentam uma pauta conjunta de reivindicações à FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais). Mais de 40 sindicatos participam das negociações.
Neste ano, a campanha será marcada por uma forte resistência dos trabalhadores, que cresceu com atos como o 1º de Maio Unificado e a Greve Geral de 14 de Junho. A luta das entidades já alcançou importantes vitórias, como o acordo coletivo firmado entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e a FCA/Fiat. Após oito rodadas de negociação, o Sindicato conquistou o reajuste do salário e dos benefícios, a renovação de direitos e novas cláusulas de estabilidade.
“Num momento em que a crise atinge a economia e, acima de tudo, a indústria – com fechamento de fábricas, perda de direitos e demissões em massa –, esse resultado em Betim é muito importante”, avalia João Alves, presidente do Sindicato. “Temos de valorizar o acordo coletivo, que demonstrou a confiança dos trabalhadores do FCA/Fiat na atuação do Sindicato e da Fitmetal.”