Jaboti não sobe em árvores

Os danos materiais serão reparados e eventualmente cobertos pelo seguro, de onde se conclui que, a rigor, a empresa não sofrerá qualquer prejuízo.

Manaus já se habituou a escaramuças envolvendo o transporte coletivo. As mais “relevantes”, por assim dizer, foram as de 1983,…Artur… e esta agora. Cada uma delas teve causa e motivação distinta.

A de 1983 resultou na depredação de mais de 100 coletivos, num confronto que se arrastou por quase uma semana e teve dezenas de presos. Foi liderada pela juventude Viração (hoje UJS) e dezenas de associações de bairro, em protesto pelos sucessivos aumentos das passagens e pela absoluta falta de transparência. Não havia planilha e tampouco licitação para as linhas de ônibus. Desde então passou a existir planilha e os aumentos foram comedidos.

O confronto de 1988 se restringiu ao São José. Apesar de ter contado com o apoio da associação do bairro, seu caráter foi essencialmente espontâneo, em protesto contra os sucessivos atrasos e o sucateamento da frota que atendia àquela comunidade. A frota se modernizou, embora os atrasos continuem infernizando a vida do usuário.

Como se pode perceber, o atual “confronto” é o único em que não figura o usuário como agente dos protestos e tampouco se conhece as reivindicações que uma vez atendidas, a exemplo das situações anteriores, possam aprimorar o sistema e melhorar a vida daqueles que utilizam o transporte coletivo.

Como “jabuti não sobe em árvores”, os três questionamentos clássicos de qualquer movimento social continuam sem respostas, ou seja, não se sabe o que é o movimento, por que luta e para quem luta.

Espero que eventuais disputas paroquiais e até mesmo eleitoreiras sejam tratadas e resolvidas sem que a população seja penalizada.