Trabalhadores baianos protestam contra Reforma da Previdência
A Frente Brasil Popular (FBP) e as centrais sindicais unificadas na Bahia organizaram, em Salvador, um ato contra a proposta de reforma da Previdência do governo de Bolsonaro, na manhã desta sexta-feira (22). A atividade faz parte do Dia Nacional de Lutas Contra a Reforma, e aconteceu na região da Rótula do Abacaxi, de onde a manifestação partiu, com destino ao Iguatemi, uma das principais e mais movimentadas áreas da capital.
Publicado 22/03/2019 15:17
Além de Salvador, as manifestações aconteceram, também, em mais de 100 municípios do estado, segundo Pascoal Carneiro, presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-BA), uma das entidades organizadoras. Pascoal comemorou a adesão popular ao movimento, pois, embora os números de participantes não sejam precisos, era visível que o protesto resultou em uma multidão nas ruas.
Para o presidente da CTB-BA, a sociedade está compreendendo o que realmente está em jogo na proposta de Bolsonaro. “O povo está começando a entender que não é reforma, mas o fim da previdência pública. A [proposta de adoção de um modelo de] capitalização não dá garantia. Se esse banco quebrar, como é que fica? O povo está entendendo isso e está vindo para a rua”, disse.
Dirigentes, militantes e parlamentares do PCdoB também estiveram na caminhada contra a reforma previdenciária. Aurino Pedreira, secretário estadual Sindical do Partido, defendeu que é preciso construir urgentemente a resistência não só à reforma da Previdência, mas, também, a todas as medidas do novo presidente, e chamou de ‘reação popular’ a adesão ao movimento desta sexta-feira.
“[A adesão popular ao ato] Demonstra que, cada vez mais, a população está consciente de que é necessário fazer essa resistência. Não vamos permitir que, mais uma vez, a população seja penalizada por uma proposta que só vai atender aos interesses dos banqueiros”, afirmou Aurino.
A deputada estadual Olívia Santana também esteve na manifestação e endossou as críticas à tentativa de Bolsonaro de alterar as regras, intenção vista por ela como uma nova maneira de aprofundar as desigualdades. “É uma reforma feita para depreciar as condições de vida do nosso povo. Uma reforma deletéria, que retira direitos. Não podemos aceitar”.
Presidente do Sindicato dos Rodoviários e vereador de Salvador, Hélio Ferreira disse estar otimista com o que viu nas ruas, pois, segundo ele, representa “a cara da insatisfação do povo brasileiro, dos trabalhadores baianos, de Salvador, que estão nas ruas contra essa reforma da Previdência”. Ele ainda lembrou da queda de Bolsonaro nas pesquisas que avaliam a satisfação em relação ao governo.
“O trabalhador começou a vez as mazelas que esse governo representa para a classe trabalhadora. […] Mostramos que não estamos para brincadeira”, afirmou Hélio.
Greve Geral
Durante o trajeto da Rótula do Abacaxi até o Iguatemi, muito se falou na necessidade de radicalizar nas mobilizações populares contra a reforma e, dessa forma, construir uma greve geral da classe trabalhadoras no Brasil. Pascoal Carneiro defendeu a greve geral e disse que a manifestação é o início do processo de sensibilização da sociedade para com essa luta.
“Estamos apenas a esquentar os tambores. Vamos fazer essa manifestação, chegar nas categorias organizadas, nos centros industriais para parar a economia desse país. Essa é a ideia das centrais sindicais”, finalizou.