PCdoB-BA aprova a incorporação e saúda o PPL durante Conferência

O presidente estadual do PCdoB, Davidson Magalhães, explicou que a incorporação vai garantir que o partido enfrente os atuais desafios da luta política, que são colocados especialmente para os partidos de esquerda de tendência popular, como já aconteceu em outros momentos. Ele ainda afirmou que considera como revolucionária a decisão do PPL de se juntar ao partido.

“Saímos [das últimas eleições] sem atingir a cláusula de barreira, algo importantíssimo para a nossa vida institucional. Sabemos que as condições de luta de classe sempre foram difíceis. Agradecemos essa atitude revolucionária do PPL. Vamos construir e aglutinar com esses camaradas os desafios desse momento”, disse Davidson Magalhães.

A deputada federal Alice Portugal fez coro com o presidente e desejou boas-vindas a Uldurico e a todos os quadros do PPL, que se incorporam à organização comunista. “Nós, do PCdoB da Bahia, temos grande inserção no partido nacional, e te recebemos de braços abertos.. […] Mais do que nunca, que busquemos aquilo que não pode morrer: o fervor pela luta, pela militância”, disse.

Uldurico Pinto, por sua vez, agradeceu a receptividade dos comunistas e garantiu que o PPL representará uma aglutinação de forças para a luta popular já travada pelo PCdoB. Na avaliação dele, é preciso que as forças progressistas do Brasil estejam, cada vez, mais unidas para derrotar um projeto ultraliberal e ultraconservador que se instala no país.

“Essa conferência é um ato histórico. Faz parte da história do PCdoB, do movimento popular, da história do país. Tomamos uma decisão política delicada, séria, de ser incorporado pelo PCdoB, e é uma honra pra nós dizer: Pátria Livre e PCdoB, presente!”, afirmou o represente do PPL.

Resistência a Bolsonaro

Na Conferência estadual, também foi debatida a resistência ao governo Bolsonaro. Na oportunidade, também foi realizada uma palestra sobre o cenário político nacional e internacional, ministrada pelo dirigente Júlio Velozo, secretário nacional de Formação. Ele explicou que o cenário mundial é “de ruptura, um momento de novidades” e que é preciso, diante disso, “elaborar e estar aberto a discutir questões de fundo”.

O dirigente nacional defendeu que a eleição de Bolsonaro faz parte desse desenho, embora traga as especificidades brasileiras. O processo que estamos vivendo é internacional. “O mundo vive um momento de aporia, de crise sem saídas evidentes. Os velhos remédios que o capitalismo tem para sair dessas crises não têm funcionado. […] Governo Bolsonaro é um capítulo da história do Brasil, fruto das contradições de classe, mas também do cenário internacional”.

Júlio avaliou que o signo predominante do governo Bolsonaro é o caráter antidemocrático e de ataques às garantias individuais. “É um governo de ocupação colonial, de organização da rapina, de liquidação dos direitos dos trabalhadores”, afirmou. Ao tratar da resistência ao presidente da República, ele ainda explicou que é preciso compreender que existe no Brasil uma “vanguarda massiva” que defende e sustenta o governo, mesmo nas medidas mais duras e radicais.

Números

A Conferência Extraordinária Estadual do PCdoB recebeu cerca de 100 delegados e delegadas de mais de 26 municípios que realizaram as conferências municipais preparatórias. Do encontro, foi eleita uma delegação que vai representar a Bahia no Congresso Nacional do partido, marcado para acontecer no dia 17 de março, em São Paulo (SP).

De Salvador,
Erikson Walla