As acusações de ilegalidade contra a campanha de Donald Trump
Michael D. Cohen, ex-advogado do presidente norte-americano Donald Trump, foi considerado culpado na terça-feira (21) por violar regras de financiamento eleitoral. Paul Manafort, também membro da campanha presidencial de Trump, foi condenado por oito acusações de fraude
Publicado 22/08/2018 15:27
Michael D. Cohen foi considerado culpado na terça (21) por violar regras de financiamento eleitoral, além de fraude bancária e evasão fiscal. Cohen admitiu ter sido instruído pelo presidente americano a pagar pelo silêncio de duas mulheres, durante a campanha presidencial de 2016, sobre relacionamentos com o então candidato republicano.
“Hoje, [Cohen] enfrentou o tribunal e testemunhou sob juramento que Donald Trump o levou a cometer um crime ao pagar a duas mulheres pelo seu silêncio, influenciando o resultado da eleição”, declarou o advogado de Cohen, citado pela Reuters. “Se esses pagamentos são um crime para Michael Cohen, porque não serão também um crime para Donald Trump?”, perguntou o advogado de Cohen, segundo informa o jornal Publico.
De acordo com a lei eleitoral norte-americana, qualquer tipo de indenização atribuída durante uma campanha para exercer influência numa eleição deve ser declarada. Um pagamento para silenciar alguém, no caso um possível caso extraconjugal, pode ser encarado como uma contribuição para a campanha, dizem os especialistas consultados pela Reuters.
Ainda na terça (21), Paul Manafort, também membro da campanha de Trump, foi condenado por oito acusações de fraude. O ex-chefe de campanha do republicano pode pegar até 80 anos de cadeia, mas a pena ainda não foi fixada.
Manafort foi acusado de ter recebido no exterior por serviços prestados ao governo da Ucrânia e por utilizar paraísos fiscais para a lavagem de dinheiro. O ex-chefe de campanha foi acusado pela promotoria de ter ocultado no exterior ao menos 65 milhões de dólares entre 2010 e 2014.
Este último caso correu antes de Manafort trabalhar para Trump, mas ainda assim a investigação pode aumentar o cerco ao presidente dos EUA; até porque dá força ao promotor especial Robert Muller, que investiga uma série de denúncias da campanha do ex-presidente.