'Construir a unidade e vencer as eleições pela quinta vez', diz Luciana
Vencer as eleições pela quinta vez consecutiva e derrotar a agenda de retrocessos do golpe. Essa foi a principal diretriz do discurso da presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos (PE), na abertura da Convenção Nacional do partido que acontece nesta quarta-feira (1º), em Brasília.
Por Dayane Santos, enviada especial
Publicado 01/08/2018 12:58
No discurso, Luciana se referiu à Manuela D’Ávila – que deve ser oficializada como candidata à Presidência da República –, como a expressão do anseio de que as mulheres e jovens possam ter mais protagonismo.
“Manuela tem levantado a bandeira do PCdoB, tem propagado as ideias expressas em nosso programa, tem ampliado a área de influência e quebrado preconceitos e desconhecimento sobre o partido. É do feitio dos comunistas a máxima de que na adversidade crescemos. Manu, diante dos mais ácidos oponentes, não se intimida, e com galhardia se impõe. Tem ganhado respeito, carinho e admiração por onde passa. Manuela é hoje um dos personagens desta histórica disputa eleitoral”, salientou a dirigente comunista, sob os aplausos da militância.
Segundo Luciana, a candidatura de Manuela, além de ampliar a força do partido, tem contribuído para elevar o nível da disputa eleitoral e também de busca da unidade do campo progressista.
“Dela jamais verão uma palavra que sirva para dividir nosso campo, tudo ao contrário. O inimigo está da outra margem do rio. E mesmo assim, quando o assunto é o Brasil, é necessário fazer pontes, ter diálogo em busca do que é melhor para os brasileiros”, disse ela.
Ainda que a sigla apresente candidata própria ao Planalto, o PCdoB tem insistido na estratégia de que a unidade do campo de esquerda e progressista amplia as chances de vitória nas urnas pela quinta vez consecutiva.
“Diante das graves ameaças que pairam sobre a nação e a democracia, o PCdoB prosseguirá até o último minuto realizando todos os esforços possíveis para construir um caminho unitário com as forças progressistas, e vencer as eleições presidenciais pela quinta vez”, frisou.
Luciana reafirmou que a busca da unidade será “até o último instante”. “Está no DNA do PCdoB a luta incansável pela unidade das forças populares, democráticas e progressistas. Sempre que as forças democráticas e populares se uniram em torno de causas justas o Brasil saiu ganhando”, declarou.
No entanto, ressaltou que o nome de Manuela na disputa está à altura dos desafios do Brasil, pois “representa a síntese do que há de melhor entre os quadros políticos do nosso país”.
Projeto de governo
A dirigente comunista, que também é deputada federal por Pernambuco, destacou os principais pontos do programa de governo que a legenda apresenta para os eleitores brasileiros como alternativa. Ela afirmou que o projeto é resultado de um diálogo com especialistas, setores organizados da sociedade e no percurso da pré-campanha de Manuela, além do manifesto assinado pelas fundações do PT, PCdoB, PDT e PSOL.
“O documento busca apontar novos rumos para o Brasil. Estruturado em torno de três grandes eixos aglutinadores, Estado, soberania e reformas estruturais; desenvolvimento econômico e combate às desigualdades sociais; e democracia, direitos e liberdades, é que apresentamos para debate com a sociedade as diretrizes de nosso programa de governo”, argumentou.
Gestões de sucesso
Na avaliação da presidenta do PCdoB, o sucesso das gestões comandadas pelo partido tem fortalecido a relevância da legenda nas eleições. Ela citou as administrações Flávio Dino no Maranhão e de Edvaldo Nogueira em Aracaju como exemplo de gestões que “credenciam a nos apresentarmos na disputa presidencial”.
De acordo com Luciana, Edvaldo tem promovido mudanças em Aracaju. “Com amplitude tem conseguido destravar e atraindo investimentos, e com ação planejada busca recuperar a marca de capital da qualidade de vida”, elogiou.
Sobre o Maranhão, a dirigente disse que Flávio Dino, candidato à reeleição e favorito nas pesquisas de intenção de voto, “vem realizando uma verdadeira revolução”.
“Hoje sua administração é reconhecida como uma das melhores do Brasil. Em tempos de crise é um dos poucos locais onde a economia cresce, onde as contas públicas estão equilibradas, onde se realizam investimentos, se constrói escolas e se paga o salário de professor mais alto do Brasil, de R$ 5.700 aproximadamente. Em nossa luta para derrotar a velha oligarquia dos Sarney, e dar continuidade às mudanças que estão em curso, Flávio demonstrou ser possível construir o que vínhamos defendendo para o Brasil, a formação de uma Frente Ampla”, disse. Flávio Dino conta com apoio de 15 partidos de diversas correntes ideológicas.
Temer é Alckmin
Luciana não poupou críticas ao governo Michel Temer e à articulação do consórcio conservador em torno da candidatura do tucano Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Para ela, a convergência no campo da direita é para manter o projeto antinacional e antipopular.
“O fantasma do governo Temer se encarnou na candidatura de Alckmin. É bom que se diga, com todas as letras, Alckmin é Temer, e Temer é Alckmin, que anda de mãos dadas com a turma de Eduardo Cunha”, disse a presidenta do PCdoB, ressaltando que apesar da aparente vantagem da candidatura do tucano, que terá o maior tempo de rádio e TV, do amplo apoio da mídia e de parcelas do Judiciário, a candidatura do campo conservador “ainda não combinou com o eleitor”.
“O legado que eles têm a apresentar ao eleitor não é nada mobilizador de votos. Nestes quase três anos de desgoverno Temer PSDB, o Brasil fechou 13 mil indústrias, foram desempregadas mais de 1 milhão de pessoas”, apontou ela, frisando que o corte de investimentos públicos levou o país a retroceder em diversas áreas, como o aumento da mortalidade infantil e do número de famílias que vivem em situação de rua. “Em São Paulo, estado mais rico da federação e há mais de vinte anos governado pelo PSDB, são mais de 700 mil pessoas que vivem com R$ 136 por mês", disse. “É contra isto que precisamos dar um basta”, completou.