Obras do PAC reúnem, hoje, 4 pré-candidatos em Belo Horizonte

Na recepção ao presidente Lula (PT), às 14 horas, na Base Aérea, na Pampulha, estão previstos, pelo menos dois candidatos ao Governo de Minas – os ministros Hélio Costa (PMDB), das Comunicações, e Patrus Ananias (PT), de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Além deles, a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência da República, e o governador Aécio Neves (PSDB), pré-candidato a presidente.

De lá, o grupo, acompanhado de outros ministros e do prefeito Marcio Lacerda (PSB), segue para agenda de inaugurações em comunidades carentes da capital que estão sendo beneficiadas pelo PAC. Esta é a primeira visita de Lula a BH em 2009.

O presidente Lula vai primeiro à Vila São José (Noroeste), para entregar apartamentos a pessoas que foram reassentadas para realização de obras de infraestrutura. Cinco das autoridades presentes vão entregar cinco chaves para cinco famílias. Apesar da presença de pré-candidatos e a conotação política do evento, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, que detalhou as atividades de hoje em coletiva, ontem, em BH, descartou o tom eleitoreiro do evento. “O PAC é suprapartidário, faz convênio com várias prefeituras e governos de Estado. Também vou entregar obras amanhã (hoje), e não sou candidato a nada. Sou técnico”, afirmou. Segundo ele, a preocupação dos envolvidos com o programa é entregar as obras e as moradias.

Lula também vai entregar diplomas às primeiras turmas de formandos do Plano Setorial de Qualificação (Planseq), destinado a beneficiários do Bolsa Família. No momento, existem sete mil vagas abertas para os cursos em BH, mas apenas 700 alunos e 2.300 selecionados. Marcio Lacerda disse que será lançada campanha publicitária para chamar interessados no programa. Ele adiantou que, até o final do ano, terão sido lançadas 30 mil vagas de qualificação profissional.

Na coletiva de ontem, estavam representantes dos ministérios do Trabalho, das Cidades e de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Foi anunciada a lista das pessoas que vão participar das cerimônias de hoje e não foi citado o nome do ex-prefeito Fernando Pimentel (PT), que é apontado como pilar da campanha pelo nome de Dilma Rousseff para a presidência. No momento, Pimentel disputa com Hélio Costa e Patrus Ananias a indicação para candidato ao Governo do Estado.

O ministro Márcio Fortes também se preocupou em destacar que não existem atrasos nas obras do PAC. Segundo ele, as intervenções têm que passar por etapas – elaboração de projeto, licitação, licenciamentos, regularização fundiária e outras questões -, que demandam tempo. “Tudo está dentro do cronograma”, disse. Conforme o ministro, há obras que vão ficar para depois de 2010, quando Lula já tiver deixado a presidência. Nesse caso, garantiu, os recursos estão reservados. “O orçamento do PAC é blindado”, disse. De acordo com Fortes, até o final de 2010, 90% das intervenções na área de saneamento estarão concluídas e, na habitação, 80%.

O ministro visitou, no final da tarde, apartamentos que serão entregues hoje a moradores do Aglomerado da Serra. As unidades estavam no primeiro dos 19 conjuntos habitacionais que estão sendo construídos no local. Cada prédio tem quatro andares, com dois apartamentos cada. As unidades têm dois e três quartos e 46 e 53 metros quadrados de área. “Achei ótimo (o apartamento). Excelente. A cada hora, me surpreendo mais. Está em um padrão muito bom, com esquadrias de alumínio nas janelas e azulejos até o teto no banheiro e na cozinha”, destacou. Segundo ele, os próximos prédios construídos com recursos do Governo Federal poderão ter o incremento de varandas para os “casais namorarem”, atendendo a pedido do presidente Lula.

Belo Horizonte foi apontada pelo ministro como uma das cidades em que a execução do PAC está com melhor desempenho. Hoje, Minas tem apenas 14 municípios com projetos incluídos no PAC, conforme informou o representante da Secretaria Geral da Presidência, Wagner Caetano. Segundo ele, as demais prefeituras participam de outros programas federais para tratar dos problemas internos. “Nas capitais, é onde temos maior déficit habitacional, maior favelização e adensamento. É onde a vida corre mais perigo”, disse.

Caetano negou que Lula tenha prestigiado menos Minas n este ano – veio uma vez a Belo Horizonte e foi uma vez a Montes Claros (Norte). “O presidente tem uma agenda muito extensa e, neste ano, foi muito intensa a agenda internacional. Teve viagens frequentes ao exterior”, disse. Ele adiantou que, até o fim deste ano, Lula deverá voltar a Minas de três a quatro vezes. Em todas as vindas ao Estado, o presidente vai estar envolvido com obras. Lula vai participar da entrega do novo Viaduto Vila Rica, na BR-040, que vai substituir o antigo “Viaduto das Almas”.
Lula também vai verificar in loco como está o andamento das obras de duplicação da BR-262, no trecho entre Betim, na Grande BH, a Nova Serrana (Centro-Oeste). “Está a pleno vapor”, afirmou. Conforme ele, o presidente vai, ainda, conhecer os prédios que estão sendo construídos no Estado para abrigar a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, com unidades em Diamantina, Teófilo Otoni e Curvelo.

Apesar do destaque dado a obras de interesse público, os representantes do Governo não trouxeram novidades quanto à esperada extensão do metrô – linha Savassi/Pampulha e Barreiro/Santa Tereza. O ministro Márcio Fortes apenas lembrou a reunião que será realizada em agosto com os prefeitos das cidades-sede da Copa do Mundo – entre elas, BH – para discussão de prioridades, recursos e prazos para obras, e temas como implantação de veículos leves sobre trilhos (VLT), entre outros.

Fonte: Jornal Hoje em Dia