Ataque a tiros contra vigília Lula Livre deixa dois feridos

Depois do ataque a tiros contra a caravana do ex-presidente Lula, a escalada fascista faz duas vítimas após ataque a tiros contra acampamento Marisa Letícia na madrugada deste sábado (28) onde dormem integrantes da vigília Lula Livre, em Curitiba.

ataque à vigília de Lula

Por volta das duas horas da madrugada, os acampados foram acordados por uma movimentação de carros passando em frente ao local e gritando palavras de ordem em apoio a Jair Bolsonaro. De acordo com testemunhas, mais de 20 tiros foram disparados contra o acampamento.

"A situação de violência e intolerância no país está muito grave. Nós não podemos aceitar isso. Isso vem num rastro de violência que movimentos sociais, movimentos de esquerda estão sendo vítimas desde o golpe", afirma Gleisi Hoffmann, senadora e presiddente nacional do PT, citando mortes de indígenas, líderes de terras e a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ).

Entre as duas pessoas feridas está Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, que está hospitalizado com um tiro no pescoço. A autoria do ataque a tiros ainda não foi identificada até o momento. A polícia já iniciou a apuração do caso.

Em nota, as entidades que participam do acampamento repudiaram o ataque. "A sorte de não ter havido vítimas fatais não diminui o fato da tentativa de homicídio, motivada pelo ódio e provocação de quem não aceita que a vigília é pacífica, alcança três semanas e vai receber um Primeiro de Maio com presença massiva em Curitiba. Não nos intimidarão!", reforçou.

"A cada dia vai se tornando cada vez mais impressionante como, mesmo preso, a figura do ex-presidente Lula, a força moral que ganha, as denúncias contra a injustiça de sua prisão, tudo isso causa desespero nos seus algozes. Por isso, estamos no caminho certo e venceremos! Em repúdio contra a violência, realizamos o trancamento da rua na região e seguiremos lutando", destaca.

Para os organizadores da vigília, o ataque é uma crônica anunciada, pois desde o dia quando houve a mudança de local de acampamento, no dia 17, por força de uma decisão judicial que limitou a presença de manifestantes próximos à Superintendência da Polícia Federal, onde Lula está preso.

Isso porque integrantes do movimento social já haviam sido atacados na região. "Desde aquele momento, a coordenação da vigília já exigia policiamento e apoio de viaturas, como foi inclusive sinalizado nos acordos para mudança no local do acampamento", diz as entidades em outro trecho da nota.

A nota ainda conclama a "sociedade e as pessoas que prezam pela democracia, pelo livre direito à expressão, pela diversidade de vozes na política, que somem-se a nós na vigília". "Não aceitaremos tentativas de retrocesso que já nos custaram muitas lutas e vidas", reforça a nota.

A organização da vigília Lula Livre cobrou da Secretaria de Segurança Pública a investigação para identificar o atirador.