Lula: Manuela dá uma "oxigenada" na campanha
Em entrevista exclusiva ao Portal Vermelho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva endossou a pré-candidatura de Manuela D’Ávila (PCdoB) à Presidência da República. Para ela, Manuela dá uma oxigenada na disputa. Lula defendeu o direito dos partidos lançarem candidaturas próprias e afirmou que se a disputa endurecer haverá “maturidade para juntar os cacos e sair juntos”.
Por Chistiane Peres e Dayane Santos
Publicado 20/11/2017 16:11
Lula participou no último domingo (19) do 14º Congresso do PCdoB, realizado em Brasília, onde afirmou que a pré-candidatura comunista não afastaria a legenda do PT. As siglas são aliadas históricas e o anúncio do nome da comunista chegou a ser criticado por quadros do Partido dos Trabalhadores. No entanto, segundo Lula, o fato de o PCdoB ter lançado candidatura própria “não muda em nada” sua proximidade com a legenda.
“Não muda em nada minha visão, meu comportamento, minha concepção de trabalharmos juntos. Acho que é um orgulho saber que o Brasil conquistou espaço para que um partido lance uma mulher candidata à Presidência, como nós lançamos a Dilma. Certamente vão aparecer outros candidatos até de partidos de esquerda. Acho isso bom. Mas no momento em que nós percebermos que a coisa pode encruar nós teremos maturidade para juntar os cacos e sair juntos. Mas é um momento rico da disputa”, disse.
Para ele, o nome de Manuela dá uma “oxigenada” na disputa eleitoral, mas lembrou que é preciso de tempo para estruturar uma boa campanha. “Mas o PCdoB tem história, tem candidata boa, com história política boa, tem governador, tem quadros políticos importantes a nível nacional, acho que dá para fazer uma boa campanha.”
Alianças
Lula lembrou ainda que a política real se faz com alianças e que a esquerda precisa estar preparada para fazer a “arte do possível” na política.
“O ideal para um partido político é lançar candidato a presidente, governador, deputado, senador, e eleger tudo sozinho. Mas isso não vai acontecer. A segunda coisa melhor é que, com uma base mais de esquerda, se eleja uma maioria. Também não vai acontecer. Então, o que é preciso fazer é a política real. É que depois das eleições você vai ver quem ganhou e vai tentar estabelecer um programa de acordo, pois já não é mais o programa que você ganhou. É assim que se faz política, senão você não governa”, destacou Lula.