De olho nos votos tucanos, Temer tenta primeiro salvar a pele de Aécio

Na véspera da votação do Senado que deve – ou deveria – definir se Aécio seguirá afastado do Senado e em recolhimento noturno, como determinou a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Temer foi até a residência do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

“Ele veio aqui para atualizarmos as conversas após a minha viagem à Rússia. Explicou um pouco a história do advogado da denúncia e disse que não foi proposital a declaração dele sobre os vídeos [do operador financeiro Lúcio Funaro]”, disse Eunício. Ato ser questionado por jornalistas se o encontro tratou da situação do senador Aécio, Eunício respondeu que não. “Nem falamos no nome de Aécio”, afirmou.

Apesar de desconversar, antes de Temer, Eunício recebeu o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), afilhado político de Aécio.

A atuação de Temer em defesa de Aécio não seria por amizade, mas de olho nos votos do rachado PSDB, que briga internamente para decidir se fica ou cai com o governo.

Mas a articulação não parece estar funcionando. Com mais de 10% dos senadores ausentes, o risco de o senador Aécio Neves (PSDB-MG) sair derrotado na votação sobre seu afastamento cresceu nos bastidores e aliados já discutem a possibilidade de adiar, mais uma vez, a sessão no plenário do Senado prevista para esta terça (17).

Dos 80 senadores em exercício do mandato, pelo menos 11 não chegarão a Brasília a tempo da sessão prevista para o fim da tarde desta terça.

De acordo com levantamento feito pelo G1, 18 senadores declararam que devem votar pelo afastamento de Aécio. Apenas 8 são contra o afastamento. E 34 estão indecisos ou não quiseram se posicionar. Outros 7 não comparecerão à sessão, 12 não responderam e 2 não votam.