Justiça do Egito decreta 25 anos de prisão para ex-presidente Mursi
O Tribunal de Cassação do Egito confirmou neste sábado (16) de forma definitiva a pena de prisão perpétua – que pelas leis nacionais é de 25 anos – para o ex-presidente do país Mohamed Mursi por um caso de espionagem relacionado com o Catar, informou à Agência Efe uma fonte do Judiciário. Depois de ter sido eleito nas urnas, Mursi foi deposto com um golpe de estado pelo atual presidente do país.
Publicado 16/09/2017 16:14
Ex-líder do grupo poítico Irmandade Muçulmana, Mursi é acusado de entregar documentos relacionados com a segurança nacional às autoridades do Catar.
Além disso, o tribunal ratificou a pena de morte para três membros da Irmandade Muçulmana e a de 25 anos de prisão e trabalhos forçados para outros dois por participação no mesmo caso.
Segundo a agência estatal de notícias egípcia "Mena", o juiz Hamdi Abu al Kheir presidiu a sessão do Tribunal de Cassação, que anulou uma segunda sentença de 15 anos de trabalhos forçados contra Mursi e ratificou apenas a condenação à prisão perpétua.
A "Mena" informou também que Mursi e os outros réus vazaram documentos importantes, entre eles relatórios "muito perigosos" à inteligência catariana, assim como a dirigentes da rede de televisão "Al Jazeera".
Em 22 outubro de 2016, a corte confirmou a pena de 20 anos de prisão contra Mursi pelo uso de violência e pela morte de manifestantes durante os distúrbios de dezembro de 2012 na frente do palácio presidencial de Itihadiya, na capital egípcia, durante os primeiros grandes protestos populares contra o político islamita.
A Irmandade Muçulmana é alvo de uma intensa ação policial e judiciária desde que Mursi foi deposto em um golpe militar liderado pelo atual presidente, Abdel Fatah al Sisi, em julho de 2013, um ano depois de o islamita chegar ao poder através das urnas.
Desde 25 de junho, Egito, Arábia Saudita, Bahrein e Emirados Árabes Unidos cortaram a relação diplomática com o Catar, país ao qual acusam de apoiar o "terrorismo".