Por que as panelas bateram contra Dilma e não batem contra Temer?
Observando o comportamento das classes média e médio-altas tradicionais e o silêncio das panelas no Governo Temer, apesar dele ser o Governo mais corrupto de nossa História, me propus a refletir e responder esta pergunta:
Por Alexandre Tambelli, no Jornal GGN
Publicado 10/09/2017 10:11
Panelas que bateram contra a "corrupção de Lula, Dilma e do PT" não batem mais. Então, bateram por quê?
A resposta a que cheguei (sou um brasileiro pertencente a este estrato social, sou o típico paulistano tradicional, e que convive com essas duas classes sociais diariamente a 49 anos). São três razões centrais (principais) do bater panela com Dilma:
1) Medo da perda da distinção social, pela ocupação coletivizada dos espaços geográficos (shoppings, praias, aeroportos, Miami, barzinhos da Vila Madalena, restaurantes) e compras coletivizadas dos produtos de consumo (celulares I-Phone, perfumes, roupas de marcas, tênis tops, automóvel) pelas classes média e médio-alta tradicionais e os ascendidos sociais da Era Lula/Dilma – a chamada classe C.
2) Medo da concorrência no mercado de trabalho pela possibilidade dos pobres e remediados de chegarem ao Ensino Superior e concorrem com os ascendidos sociais até a Era FHC pelos postos de trabalho com melhor remuneração.
3) Medo de perder a exclusividade no processo de chegar ao topo da pirâmide social, ou seja, que só nós das classes média e médio-alta tradicionais tenhamos as ferramentas e o Capital inicial para chegar à condição de multi-milionários ou bilionários.
A corrupção, o mote das manifestações a favor do Impeachment de Dilma Rousseff, foi apenas um pretexto para a defesa da distinção social, da não concorrência no mercado de trabalho melhor remunerado e pela exclusividade no processo de chegar ao topo da pirâmide social.
Colocaram um Governo que breca a possibilidade de ascensão social e mantêm o status quo da Era pré-PT e as panelas se silenciaram, mesmo que vivenciemos no mundo real o Governo mais corrupto da História.
E você me pergunta:
E a meritocracia?
Esta nunca existiu nem vai existir, porque o mérito, sejamos sinceros, é confundido com o direito adquirido de ser distinto do brasileiro remediado e do brasileiro pobre, mérito de distinção fabricado de forma "divinatória" e pela "herança familiar".
Os de fora deste mundo fechado do brasileiro médio não receberam a Bênção Divina que os mereça capacitar a adentrar no Mundo dos homens de Bem(ns) e ocupar os mesmos espaços geográficos e consumir produtos iguais das classes média e médio-alta tradicionais porque não têm bons modos, classe, glamour e Educação.