Mercosul escolheu divisão incitada pelos EUA, diz ministro venezuelano
Elías Jaua, ministro da Educação da Venezuela, afirmou no último sábado (5) que os governos dos países fundadores do Mercosul adotaram “a política de fragmentação impulsionada pelo governo dos Estados Unidos”, em referência à nova suspensão do bloco imposta por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai ao país caribenho, decidida em reunião realizada em São Paulo nesta tarde.
Publicado 07/08/2017 10:09
“É inaceitável que se tente sancionar e isolar um país independente e livre por exercitar seus direitos constitucionais ao votar e eleger uma Assembleia Nacional Constituinte”, disse Jaua ao jornal Russia Today, acrescentando que “há dois anos a Venezuela vem sendo vítima de uma agressão econômica” e que o país tem conseguido “burlar” a tentativa de isolá-lo no cenário econômico internacional.
Segundo Jaua, a OEA (Organização dos Estados Americanos) “é uma organização absolutamente tutelada pelo governo dos Estados Unidos”, enquanto no Mercosul havia “uma nova aposta pela integração, uma nova forma de pensar nossa América do Sul”. “Lamentavelmente, os governos que hoje integram o Mercosul se colocaram ao lado da política de fragmentação impulsionada pelo governo dos EUA”, disse o ministro venezuelano.
Para ele, “mais que prejudicar a Venezuela, a atitude do Mercosul prejudica a possibilidade de uma América do Sul unida no [campo] econômico, comercial, social e político”. Jaua também defendeu a Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, dizendo que “estamos cumprindo princípios democráticos consagrados em nossa Constituição da República Bolivariana da Venezuela e não nos podem sancionar por isso”. “Não há nenhuma maneira de justificar – nem legal, nem eticamente – este tipo de sanção contra nosso país”, afirmou.