Fernando Brito: Nem ponte, nem futuro, só esqueletos e desperdício
Reportagem de Martha Beck, Manoel Ventura e Geralda Doca, em O Globo, mostra o cenário devastador dos investimentos públicos no Brasil e, em consequência, a falta de qualquer perspectiva de retomada de um crescimento sustentado da economia, que vai ter, durante um bom tempo, com as soluções (positivas e negativas) da mera especulação financeira.
Por Fenando Brito*, no Tijolaço
Publicado 24/07/2017 11:16
Os investimentos caíram a 2003, quando o primeiro ano do governo Lula ficou preso ao Orçamento aprovado no final do governo Fernando Henrique, com o Brasil praticamente quebrado.
Uso as contas feitas pela Rede Globo, pouco tempo atrás, para chorar o que seria feito com os desvios feitos pela Odebrecht em oito anos para mostrar o que está deixando de ser feito em apenas um ano com este corte.
A construção de 18.602 creches, com capacidade para atender, nas contas da Globo, três milhões de crianças.
Ou a compra de 268.620 ambulâncias.
Ou construir, só este ano, 130 hospitais públicos.
E por aí vai. Projetos parados, obras abandonadas, corroendo ao tempo, custos imensos com a suspensão de contratos e, amanhã, maiores ainda com a remobilização de construções. Afora o custo financeiro de tudo o que já se investiu e que fica parado, sem utilidade, como as 10 mil obras que Temer disse que iria retomar e…nada.
A “ponte para o futuro” não saiu, por falta de verba.
Todinha ela desviada para a turma do mercado, que os aplaude, ganhando muito bem para isso.