Carlos Felipe questiona aumento da violência no Ceará
O deputado estadual Carlos Felipe (PCdoB) questionou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa da última terça-feira (13), o crescimento dos índices de violência no Ceará nos últimos dois meses. De acordo com o parlamentar, em maio, houve um aumento de 65% dos casos de violência em todo o Estado. “Não dá para afirmar que esses índices continuarão crescendo, mas precisamos refletir sobre as causas”, disse.
Publicado 14/06/2017 10:43 | Editado 04/03/2020 16:23
Para ele, essas causas estão associadas ao narcotráfico. De acordo com Carlos Felipe, o Governo Federal é omisso ao não promover uma fiscalização adequada nas fronteiras do Estado, “jogando a responsabilidade para os estados e municípios”.
Dessa forma, conforme observou, houve uma “nordestinização da violência, considerando que estados como Rio de Janeiro e São Paulo passaram a monitorar melhor suas fronteiras, enquanto os do Nordeste ainda não fazem isso.
Sobre as formas de manter os índices reduzidos, Carlos Felipe apontou a necessidade de mais policiais nas ruas, assim como o aumento do contingente. De acordo com o parlamentar, anualmente, entre 500 e 600 policiais se aposentam, e o Estado nunca repõe esse número. “Isso acontece desde o Governo do Tasso Jereissati, ao ponto de agora estarmos com uma necessidade de 30 mil policiais e só dispormos de 18 mil”, disse.
Para Carlos Felipe, outra medida positiva é a inclusão dos estudantes do ensino médio em sistema de ensino em tempo integral. De acordo com ele, a meta é que, até janeiro de 2018, 30% dos estudantes de ensino médio da rede pública estejam matriculados no ensino integral. “Devemos apostar nisso, pois a redução da violência não se dará apenas com medidas repressivas”, defendeu.
Em aparte, o deputado Capitão Wagner (PR) concordou com o discurso de Carlos Felipe e lembrou que a violência atinge não apenas os ligados ao narcotráfico. “Temos inocentes morrendo diariamente também, por conta dessa guerra, e precisamos ter cautela ao registrar esses dados”, disse.