Centrais tratam com Renan Calheiros sobre a reforma trabalhista
As centrais sindicais voltaram a se reunir, na tarde desta quarta-feira (31), com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, para tratar dos caminhos da tramitação do PLC 38/2017, que versa sobre a reforma trabalhista. Também participaram da reunião os senadores Paulo Paim (PT/RS), Hélio José (PMDB/DF) e Roberto Requião (PMDB/PR).
Publicado 31/05/2017 19:34
Na terça-feira (30) o relator do PLC, senador Ricardo Ferraço (PSDB/ES) fez a leitura do seu relatório, onde abre mão do papel de legislador, não acolhendo nenhuma das 193 emendas que recebeu dos parlamentares. Ferraço “apenas” sugere que as possíveis alterações à Reforma Trabalhista seja feita pela Presidência da República, através de vetos ou edições de medidas provisórias (MP’s).
O debate se deu em torno da necessidade de intensificar as conversas com os senadores, especialmente em suas bases eleitorais, pois avalia-se que diversos senadores não tem convicção de como votar na matéria e que a influência de seu eleitorado pode ajudar no convencimento dos parlamentares.
João Paulo Ribeiro (JP), dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), participou da reunião e considerou fundamental a pressão sobre os parlamentares em suas bases eleitorais, já no início da próxima semana, quando está prevista a votação do relatório na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
“Devemos reforçar o trabalho de convencimento dos senadores nos seus estados, mostrando o descontentamento do seus eleitorado com a retirada de direitos contido na reforma trabalhista. Além disso, faremos grandes mobilizações e no final do mês o Brasil fará a maior greve geral de sua história”, assegurou JP.
O dirigente da CTB também reforçou a preocupação quanto ao acesso dos sindicalistas no Congresso Nacional, que tem sido dificultado e barrada a presença popular nas votações que dizem respeito a vida dos trabalhadores e trabalhadoras. “Não queremos violência ou baderna. Queremos é ter acesso para acompanhar as questões, num momento em que o arcabouço da reforma trabalhista destrói o movimento sindical e as garantias legais da classe trabalhadora”.
João Paulo solicitou que, na próxima segunda-feira (05), o líder do PMDB desse um retorno sobre as questões levantadas pelos sindicalistas, em nova reunião com as centrais sindicais. Renan Calheiros ficou de avaliar essa possibilidade.
Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo/Mogi das Cruzes e vice-presidente da Força Sindical, também esteve na reunião. "Não aceitaremos uma reforma que só prejuízos trará à classe trabalhadora", diz Miguel Torres, também vice-presidente da Força Sindical. Ele defendeu a continuidade do diálogo com os parlamentares, e dos protestos sindicais, e saudou a iniciativa dos artistas que fizeram ato em Copacabana por Diretas Já e Nenhum Direito a Menos e do ato a ser realizado em São Paulo neste próximo domingo, além de outras cidades e iniciativas de pressão popular contra as "reformas".