Globo cobra punição contra agressão a fotógrafos
A Globo endossa o discurso do governo Michel Temer afirmando que a manifestação do último dia 24, convocada pelas centrais sindicais, foi marcada por vandalismo, mas em matéria publicada nesta sexta-feira (26) cobra apuração da agressão a fotógrafos do jornal O Globo e agência EFE cometida por policiais militares durante os protestos na Esplanada dos Ministérios.
Publicado 26/05/2017 13:47
O jornal trata o assunto de forma isolada, como se a agressão só tivesse acontecido contra o profissional de imprensa, quando tal conduta foi dirigida a todos os 150 mil manifestantes que ocuparam Brasília contra as reformas e pedindo a renúncia de Temer.
De acordo com o jornal, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgaram nota em protesto às agressões da Polícia Militar aos fotógrafos André Coelho, do jornal, e Joedson Alves, da agência EFE.
O jornal, no entanto, ao relatar o episódio desmontou a sua própria tese de criminalização dos movimentos sociais. O Globo diz que o fotógrafo Coelho foi agredido por um policial militar, que sacou uma arma e chegou a atirar na direção dos pés dele. “A cena foi registrada por Alves, que estava próximo. Após a agressão, Coelho flagrou policiais militares atirando contra manifestantes”, diz um trecho da matéria.
A nota das entidades representantes de veículos de comunicação enfatiza: “Os profissionais estavam cumprindo sua missão jornalística, devidamente identificados, e nada fizeram que justifique a violência da Polícia Militar. É flagrante o despreparo dos policiais em relação ao trabalho jornalístico em manifestações como a de quarta-feira”.