Adilson Araújo: Às ruas contra o retrocesso
Apesar das graves denúncias que pesam contra o presidente ilegítimo Michel Temer, a base parlamentar que lhe dá sustentação insiste em dar curso à agenda de retrocessos do governo. Exemplo disto foi a apresentação do relatório da contrarreforma trabalhista (PLC 38/17) nesta terça, 23, pelo senador tucano Ricardo Ferraço, que voltou atrás em sua declaração de que a tramitação da proposta seria interrompida em função da “gravidade do momento que vive o país”.
Publicado 24/05/2017 11:24
A alegação de que as mudanças na legislação trabalhista e nas regras para aposentadoria são inadiáveis e necessárias para a retomada do crescimento econômico não procedem. Elas correspondem aos interesses de grandes capitalistas como o dono da JBS (Friboi), a Rede Globo, o Itaú, atropelam direitos e conquistas seculares da classe trabalhadora e não trarão desenvolvimento, senão precarização e aumento da exploração.
Temer já não reúne as mínimas condições morais e políticas de dirigir os destinos do Brasil. O pouco que lhe resta de apoio está ancorado na agenda de restauração neoliberal e nas verbas públicas milionárias com que compra a cumplicidade de alguns jornalões.
Ele assumiu prometendo retomada imediata do crescimento e a redução do desemprego. Ocorreu exatamente o contrário. A recessão se agravou e o desemprego dobrou, atingindo diretamente 20 milhões de brasileiros.
Pelo calendário da Câmara, a análise da reforma da Previdência (PEC 287/16) será retomada e concluída entre os dias 5 a 12 de junho. Ao mesmo tempo, o Planalto e os empresários pressionam para maior celeridade na tramitação da contrarreforma trabalhista.
A classe trabalhadora e o povo brasileiro já demonstraram que rejeitam a agenda reacionária do governo ilegítimo. O caminho das centrais sindicais, em ampla unidade com os movimentos sociais, as organizações democráticas, os partidos progressistas, é intensificar a mobilização das bases para barrar, nas ruas, o retrocesso e reconquistar para o povo o direito de definir democraticamente, através de eleições diretas, a saída para a crise política e econômica e o futuro do Brasil.
Adilson Araújo é presidente Nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)