Segundo a Globo, o Mercado queria a morte de Zavascki
Cumprindo seu relevante mister de supostamente civilizar os bárbaros brasileiros, a Globo News inovou. A rede noticiosa colocou os interesses do mercado acima do direito à vida de Teori Zavascki e do direito á dignidade dos familiares do Ministro do STF morto (ou assassinado) num acidente aéreo.
Por Fábio de Oliveira Ribeiro, no GGN
Publicado 21/01/2017 09:25
A julgar pelo que constou da chamada da matéria da Globo News (Mercado financeiro abre positivo com dados da China, posse de Trump e morte de Teori Zavascki), não é nem mesmo necessário investigar o ocorrido. O importante é que ele produziu lucro.
A lógica da Globo News, porém, não é pós-moderna. De fato ela pode ser vista em diversas fases da história humana desde tempos imemoriais.
A morte deles é um imperativo da Cidade ou do Império – Antiguidade Clássica greco-romana
A morte deles é um desejo de Deus – Idade Média, fundamentalismo islâmico e judaico atual.
A morte deles é um desejo do Rei – Absolutismo europeu
A morte deles é um desejo da Metrópole – Impérios coloniais
A morte deles é um desejo do Estado moderno – Séculos XIX e XX
A morte deles é um desejo do Líder – Estados totalitários
A morte deles é um desejo do Regime – Ditaduras militares latino-americanas e africanas
A morte deles é um desejo do Mercado – Fenômeno que está ocorrendo no Brasil após o golpe de 2016 construído e apoiado pela Rede Globo
Não há nenhuma diferença entre os atos de barbárie coletiva que foram praticados em todos estes períodos sob o disfarce de civilização. Em todos os casos as considerações humanas foram simplesmente desprezadas em razão de racionalizações que justificaram a conquista, imposição de uma crença, dominação, exercício do poder absoluto, imposição da própria agenda política ao outro com o uso da força bruta, exploração, exclusão e ganância pelo lucro. Impossível dizer o que um jornalista da Globo News diria se nós mesmos começarmos a comemorar a morte dos colegas de redação deles.
Apertem os cintos. Doravante o assassinato (e, eventualmente, o genocídio) será considerado um imperativo categório do jornalismo neoliberal praticado pela empresa do clã Marinho. Quem sobreviver, porém, não poderá mais ser considerado humano.