Trabalhadores gregos em greve geral contra reforma trabalhista
A greve geral de quinta-feira (8), na Grécia, paralisou vários serviços dos setores público e privado. Dezenas de milhares de trabalhadores participaram nas manifestações realizadas em Atenas e em dezenas de cidades gregas.
Publicado 09/12/2016 19:10
O protesto, convocado pelas principais organizações sindicais do país, teve forte impacto no setor dos transportes e saúde, onde o funcionamento dos serviços esteve reduzido aos mínimos, assim como no encerramento de bancos, escolas, universidades e outras empresas do setor privado, indica o Greek Reporter.
Os trabalhadores gregos manifestaram-se contra os planos do governo do Syriza de introdução de novas medidas de ataque aos direitos trabalhistas. Em causa estão exigências feitas recentemente pela troika, cujo terceiro programa se mantém em vigor na Grécia, de aprofundamento da liberalização dos despedimentos, particularmente no setor privado, e de cortes nos salários e pensões, informa o Morning Star.
De acordo com o jornal britânico, dezenas de milhares de trabalhadores participaram nos protestos que decorreram em Atenas, e mais de 5 mil participaram na manifestação realizada em Salônica. Realizaram-se ainda manifestações em outras 63 cidades, organizadas pela Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME).
As medidas que afetam trabalhadores, aposentados dos setores público e privado, ou devedores de crédito à habitação em situação de incumprimento estão a ser exigidas pela troika do Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu para desembolsar a nova parcela do terceiro empréstimo à Grécia, negociado pelo atual governo e assinado em agosto do ano passado.
A Grécia tem estado sujeita às imposições da troika desde 2010 e o atual governo, apesar das expectativas criadas aquando da vitória eleitoral do Syriza em janeiro de 2015, não inverteu a política de cortes na despesa pública e retirada de direitos aos trabalhadores.
Nos últimos sete anos, o Produto Interno Bruto (PIB) grego encolheu 26,5%, enquanto a taxa de desemprego passou de valores abaixo dos 10% para perto de um quarto da população ativa. A dívida pública passou de 113% do PIB para perto dos 180% e os salários caíram, em média, cerca de 20% desde 2010.