Depois de vazamento, Moro manda PF excluir Toffoli de relatório
Depois dos documentos vazarem, como de praxe, para a grande mídia, o juiz federal Sérgio Moro mandou a Polícia Federal retirar o nome do ministro Dias Toffoli do relatório 744/2016 que contém a análise de material apreendido com o economista Maurício Bumlai, filho do pecuarista José Carlos Bumlai.
Publicado 14/11/2016 16:43
Em agosto, a revista Veja publicou matéria em que apenas expôs uma suposta relação de amizade entre o ministro do STF e o presidente da OAS, Leo Pinheiro, sugerindo, sem nenhuma prova – assim como parte das ilações feitas contra a investigados da Lava Jato – uma relação de vantagens, criando um constrangimento a um ministro da Suprema Corte.
No relatório, o agente da PF Antonio Chaves Garcia escreveu com base nas suas convicções que “a família Bumlai, em razão dos contatos encontrados, detinha uma influência política muito grande durante o período em que o Partido dos Trabalhadores (PT) estava no poder”. Disse ainda que “a influência não era somente em agentes políticos da Administração Pública, mas também na Suprema Corte, na pessoa do Ministro Tofffoli”.
Depois da reação dos ministros do STF, em especial Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro determinou, nesta segunda-feira (14), que o nome de Toffoli seja excluído do relatório, afirmando que a menção ao ministro do Supremo foi “sem base qualquer”.
“Apesar da ressalva, o fato é que a conclusão anterior não tem base empírica e é temerária. O fato de algum investigado possuir, em sua agenda, números de telefone de autoridades públicas não significa que ele tem qualquer influência sobre essas autoridades”, disse Moro. “Assim, o relatório, sem base qualquer, contém afirmação leviana e que, por evidente, deve ser evitada em análises policiais que devem se resumir aos fatos constatados.”