Temer quer arrastar ação no TSE até a troca de ministros
Diante dos sinais feitos pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin, relator da ação, de que não pretende separar as contas de chapa que elegeu Dilma Rousseff e Michel Temer, a defesa do peemedebista conta a mudança na formação do tribunal para evitar sua cassação.
Publicado 11/11/2016 15:05
A estratégia, após o relatório do ministro ser apresentado, é protelar ao máximo o julgamento da ação até que o governo tenha maioria na Corte. A decisão de pautar a matéria cabe ao presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, que pode adiar o prazo pelo tempo que julgar necessário.
Atualmente, segundo análise do Valor Econômico desta sexta-feira (11), o governo conta de forma segura com dois dos sete votos do colegiado: Gilmar Mendes e Luiz Fux. O ministro Napoleão Nunes Maia Filho, último a ingressar na corte, poderia vir a compor com a defesa em função de sua decisões mais brandas em casos envolvendo agentes públicos.
Um voto considerado difícil, além do de Herman Benjamim, é o da ministra Rosa Weber. Já os votos de Henrique Neves e Luciana Lóssio são considerados desconhecidos, e é neles que a defesa de Temer deposita as esperanças favoráveis ao peemedebista.
O mandato de Neves no TSE expira em abril do próximo ano, enquanto o de Luciana termina em maio. Ambos chegaram ao cargo por meio da cota pertencente à advocacia. A defesa trabalha com a possibilidade de estas vagas serem ocupadas por ministros favoráveis à separação das contas da campanha que elegeu Dilma e Temer em 2014.
O TSE tem se tornado uma fonte de preocupações para o Planalto. A defesa de Dilma encaminhou à Corte a cópia de um cheque no valor de R$ 1 milhão nominal a Temer, a título de doação de campanha, que foi depositado diretamente na conta pela reeleição de Temer.
A doação foi feita pelo ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo e bate de frente contra o depoimento prestado por ele próprio, quando afirmou ter repassado o dinheiro para o PT.