Moro solta Youssef para cumprir pena domiciliar
Enquanto o consórcio da direita faz o discurso de que a Lava Jato é um exemplo de combate à impunidade e, em nome dessa suposta luta, as prisões preventivas são instrumentos banalizados, o juiz federal Sérgio Moro determinou nesta quinta-feira (20), dois dias depois de prender Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinou soltura do doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Lava Jato, para que cumpra prisão domiciliar.
Publicado 21/10/2016 11:07
O doleiro deve sair da carceragem da Polícia Federal no dia 17 de novembro. Neste dia, serão completados dois anos e oito meses da prisão do doleiro.
Youssef foi condenado em nove processos até o momento. Os crimes atribuídos a ele, e admitidos em deleção, nessas ações penais são de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se não tivesse feito o acordo, ele já teria somado penas que chegam a 121 anos e 11 meses de prisão, apenas na Operação Lava Jato.
Moro afirma que o acordo de colaboração que Youssef fechou com o Ministério Público Federal previa que ele cumprisse pelo menos três anos de prisão em regime fechado. No entanto, o acordo foi revisto e homologado novamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e o novo doleiro poderia cumprir os últimos quatro meses em prisão domiciliar.
Com isso, Moro determinou que Youssef deverá usar uma tornozeleira, nesses quatro meses. “Considerando que Alberto Youssef já terá cumprido a maior parte da pena fixada em regime fechado, parece improvável que intente fuga nos quatro meses remanescentes em prisão domiciliar. Além disso, há custos com escolta que dificultariam a sua realização”, disse o juiz.
Moro também autorizou que Youssef tenha um celular à disposição, mas só poderá usar o aparelho para ligações de emergência e para pessoas previamente liberadas para visita-lo em casa. O aparelho poderá ser grampeado, para o monitoramento do doleiro.