PCdoB-CE aprova Resolução Política sobre Eleições Municipais
Reunidos neste sábado (15), em Fortaleza, os membros do Comitê Estadual do PCdoB no Ceará aprovaram uma resolução política que avalia a batalha eleitoral deste ano. O documento afirma que o Partido saiu “mais forte” das Eleições e propõe tarefas imediatas para o coletivo partidário. Leia a íntegra da nota:
Publicado 15/10/2016 21:49 | Editado 04/03/2020 16:24
Resolução Política da 6ª Reunião do Comitê Estadual do PCdoB-CE
PCdoB sai mais forte das Eleições Municipais
Avaliando a batalha eleitoral de 2016, em reunião no dia 15 de outubro, o Comitê Estadual do PCdoB Ceará, chegou a algumas conclusões iniciais.
Os números são favoráveis: o PCdoB apresentou 23 candidatos a prefeito, compôs 24 chapas com vice e lançou mais de 600 nomes que disputaram mandatos de vereador em 134 municípios. Como em três cidades só tivemos candidatos majoritários, o Partido disputou eleições em 137 dos 184 municípios do Ceará. Totalizados os votos, o Partido elegeu oito prefeitos, oito vices e 85 vereadores em 59 municípios. Há ainda a possibilidade de o Partido acrescentar mais um vereador em Quixelô e outro em Acopiara, candidatos eleitos, mas impugnados com recurso e dois vices em Potengi e Acopiara, na mesma situação.
O PCdoB venceu eleições para prefeito em Ipu (Sergio Rufino), São Benedito (Gadyel), ambos reeleitos, além de Farias Brito (Zé Maria), candidato que recebeu apoio do atual prefeito José Vandevelder, do PCdoB, que está em seu segundo mandato. Além das cidades que confirmaram uma gestão comunista, novos municípios apostaram no 65: Graça (Augusto Brito), Jardim (Dr. Aniziário), Mucambo (Chagas Canarinho), Novo Oriente (Vanaldo Moura) e Uruburetama (Dr. Hilson).
Além de candidatos comunistas, o PCdoB ajudou a eleger 65 prefeitos no Estado, sendo que em sete deles existem pendências judiciais. Além destes ainda apoiamos duas candidaturas que disputarão o segundo turno, em Fortaleza e Caucaia, com amplas chances de vitória, Roberto Cláudio na capital e Naumi Amorim. Somados com nossos oito prefeitos eleitos poderemos chegar a 75 gestores municipais com o nosso apoio, ou seja, 41% das cidades cearenses.
Mas nem tudo são flores, tivemos dois reveses importantes em cidades que administrávamos, Santana do Acaraú e Paracuru e, mais uma vez, não elegemos vereadores em cidades importantes como Crato, Juazeiro do Norte e Sobral.
Na capital, o PCdoB manteve sua vaga na Câmara Municipal, com Evaldo Lima e colocou a ex-vereadora Eliana Gomes e o líder sindical Josenias Gomes, respectivamente, como primeira e segundo suplentes na coligação “Fortaleza pra Vencer”, que elegeu três parlamentares. O total da votação de nossos candidatos, entretanto, manteve uma trajetória de queda relativamente às duas últimas eleições. A considerar, que, em 2016, por estarmos em coligação, lançamos um número menor de candidatos pela legenda 65.
Mesmo com a possibilidade de algumas mudanças no quadro em função de decisões judiciais, o resultado foi favorável ao PCdoB, principalmente se considerarmos o cenário desfavorável à esquerda. No Ceará, o PT elegeu apenas 15 prefeitos, um pouco mais do que a metade de quatro anos atrás e, dos quatro vereadores eleitos em 2012 na capital, só conseguiu a reeleição de dois. O PSOL, por outro lado, não elegeu prefeitos e, diferentemente de 2012, quando elegeu dois vereadores em Fortaleza, nesta eleição não conseguiu atingir o quociente eleitoral e ficou sem representantes. O PCdoB, por sua vez, tinha seis prefeitos e 79 vereadores e agora elegeu oito prefeitos e 85 vereadores, podendo chegar aos 87.
A disputa majoritária mais uma vez deixa algumas lições, entre elas, a necessidade de ter um bom nome e, por outro lado, uma coligação ampla que possibilite uma base de apoio sólida para a disputa. Outro aspecto a considerar é se a nossa candidatura terá condições de polarizar o eleitorado, que na grande maioria dos municípios se divide entre duas alternativas, não havendo espaço para uma terceira via. Chapas puras, mais uma vez, demonstraram ser uma opção inviável na quadra política atual, numa correlação de forças na maioria das vezes adversa e no nível em que se dá a disputa. Assim, nos municípios em que saímos sozinhos, no que pesem a qualidade dos candidatos e o esforço da militância, os resultados foram pífios e até dificultaram a possibilidade de eleição de vereadores, como foi o caso dos municípios de Assaré, Cariús, Crato, Eusébio, Icapuí, Ipaporanga, Limoeiro do Norte e Martinópole.
Na disputa proporcional, em 35 municípios, lançamos apenas um candidato e elegemos apenas em seis; em 46 outras cidades, lançamos dois ou três nomes e elegemos 24 vereadores em 18 delas; por último, em 53 municípios lançamos mais de três candidatos e elegemos 55 em 30 delas. Estes resultados servem para atualizar o nosso pensamento acerca da concentração total em um único candidato a cargo proporcional na atual etapa de acumulação de força vivida pelo partido no Ceará. É claro que, em algumas situações específicas, o partido pode adotar a tática de candidatura única mas, no geral, o mais acertado é a disputa com média concentração, dois ou três candidaturas, ou chapas maiores e até chapas próprias quando possível.
Agora, nos próximos quinze dias, devemos canalizar todas as nossas forças e energias na luta para eleger Roberto Cláudio (PDT) em Fortaleza e Naumi Amorim (PMB) em Caucaia, dois únicos municípios em que ocorrerá o segundo turno no Ceará. Os dois são os candidatos do PCdoB desde o primeiro turno, tendo seus nomes sido aprovados em conferências municipais que foram referendadas pelo Comitê Estadual em reunião realizada em 7 de agosto deste ano. Assim, todos os nossos quadros e militantes, mesmo de outros municípios, devem buscar contatar familiares e amigos que sejam eleitores de Fortaleza e Caucaia para que votem nestes dois candidatos que enfrentam opositores golpistas apoiados pelos senadores Tasso do PSDB e Eunício do PMDB.
Finalmente, e para além do segundo turno em 30 de outubro próximo, temos algumas tarefas imediatas que precisam ser assumidas pelo coletivo partidário, senão vejamos:
a) Avaliar a disputa em todas as cidades, reunindo os comitês municipais e as principais lideranças do partido, buscando refletir sobre a rica experiência da batalha e tirando lições para o futuro, ao mesmo tempo em que desenvolvemos o funcionamento coletivo e fortalecemos a direção do Partido em cada local;
b) Trabalhar para a confecção e execução do planejamento da ação partidária em cada município, levando em conta todas as batalhas contra o governo golpista de Temer com o seu programa antipopular e em defesa dos direitos do povo, da democracia e da soberania nacional, preparando o Partido para a realização do seu 14º Congresso, no final de 2017, e a batalha eleitoral de 2018;
c) Retomar os encontros regionais com o objetivo de trocar experiências, buscar ações em conjunto nos espaços regionais e fortalecer a ação política e de massas do Partido;
d) Criar condições políticas e materiais para que os prefeitos, vices e vereadores eleitos possam desempenhar bem os seus mandatos, fortaleçam os seus vínculos com o Partido, sua política e ideologia e possam contribuir decisivamente com a construção e êxito do projeto eleitoral de 2018.
Fortaleza, 15 de outubro de 2016
Comitê Estadual do PCdoB-CE