Líder do Hezbolah culpa Arábia Saudita por matança no Iêmen
O secretário-geral do movimento Hezbolah, Sayyed Hassan Nasrallah, acusou a Arábia Saudita de perpetrar uma ''catástrofe humana'' ao ''masacrar deliberadamente'' a civis durante um funeral na capital de Iêmen, destacou hoje o canal Al-Manar TV.
Publicado 09/10/2016 16:23
Nasrallah culpou à aviação do reino árabe e a coalizão que lidera de lançar os bombardeios sobre Sanaa, a capital que dominam os insurgentes xiitas de Ansar Allah e onde no sábado morreram pelo menos 82 pessoas e 534 ficaram feridas, segundo cifras dos rebeldes.
Em um discurso pronunciado no sábado na sétima noite do mês islâmico do Muharram, prévio à comemoração xiita do Ashoura, o líder da Resistência libanesa repudiou a 'horrível matança saudita' em Sanaa e transladou suas condolências à liderança houthi e familiares das vítimas.
Sublinhou que 'a matança saudita não é surpreendente, (porque) para o regime … tem sido habitual cometer crimes na península Arábiga, que depois foi nomeada Arábia Saudita, no Iraque e em outras áreas da região'.
Ainda que as autoridades de Riad negaram qualquer envolvimento no mortífero incidente, o clérigo e líder político libanês fez questão de que aviões da monarquia Al-Saud 'atacaram deliberadamente um funeral para elevar a cifra de morte o mais possível'.
'Esta calamidade e perigoso fato hoje é uma óbvia e flagrante agressão saudita contra o maior número possível de pessoas que participavam no conselho de duelo comemorando o Ashoura na cidade de Sanaa', realçou no discurso retransmitido pela o-Manar TV.
Declarou, no entanto, que 'os yemenitas derrotarão a agressão terrorista saudita sobre seu país', em referência aos insurgidos de Ansar Allah e seus aliados, um setor do Exército yemenita leal ao ex-presidente Alí Abdulah Saleh, que lutam contra o governo de Abd Rabbo Mansour Hadi.
De acordo com Ghazi Ismail, ministro de Saúde yemenita nomeado pelos alçados houthis, a cifra de vítimas foi de 82 falecidos e 534 lesionados, a grande maioria civis.
O bombardeio dirigiu-se contra um centro de atos fúnebres no sul de Sanaa e ocasionou o maior número de falecidos em um mesmo ataque desde que a aliança pró-saudita lançou a operação Restauração da Esperança para restituir na presidência a Hadi, em 26 de março de 2015.
No entanto, o comando da coalizão encabeçada por Riad emitiu um comunicado no qual assegurou que 'absolutamente nenhuma operação teve lugar naquele objetivo' e acrescentou que 'suas tropas têm instruções claras de não atacar áreas povoadas e evitar agredir a civis'.
Além de lamentar o balanço de atingidos, a aliança militar disse ser consciente das informações e estimou que 'é possível que outras causas do bombardeio devam ser consideradas'.